O preço do petróleo começou a semana caindo forte. No mercado futuro de petróleo, às 9 horas desta manhã (horário de Brasília) o barril do petróleo do tipo Brent era negociado a 26,38 dólares, queda de 6 por cento em relação à sexta-feira. Além da queda da demanda, outro fator que preocupa é pela capacidade de os Estados Unidos armazenarem petróleo estar perto do limite. O volume de petróleo armazenado no país está aumentando, à medida que as refinarias produzem menos, devido à queda na demanda. Além disso, maio se aproxima. No mês que vem, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deverão começar a reduzir a produção diária. O corte combinado é de 9,7 milhões de barris por dia.
A indústria do petróleo tem reduzido rapidamente a produção em face de um declínio estimado de 30 por cento na demanda de combustível em todo o mundo. As autoridades da Arábia Saudita previram que os cortes totais na oferta global dos produtores de petróleo podem chegar a quase 20 milhões de barris por dia, mas isso inclui cortes voluntários de países como Estados Unidos e Canadá.
A reação dos mercados foi ruim. Na Ásia, o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou em queda de 1,15 por cento. Na Europa, o índice alemão Dax está em queda de 1,4 por cento e o britânico FTSE recua 0,7 por cento. Os contratos futuros do índice S&P 500 estão em baixa de perto de -2 por cento, e os contratos futuros do Ibovespa caem perto de -3 por cento, com o índice abaixo de 77 mil pontos.
A queda no petróleo de um modo geral afeta ainda mais o segmento de energia, que é muito importante para as bolsas. Além disso, como o mercado no Brasil não vai funcionar amanhã devido ao feriado de Tiradentes, a propensão a manter posições diminui nesta segunda-feira.
REABERTURA – Outro fator a chamar a atenção dos investidores é o início dos processos de reabertura econômica. Nesta segunda-feira, estabelecimentos comerciais na Alemanha com áreas inferiores a 800 metros quadrados poderão voltar a funcionar. A indústria automobilística também poderá voltar a funcionar parcialmente. Ela representa cerca de 5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) alemão e estava parada desde março. Será um momento de alívio para um país cuja economia cresceu apenas 0,6 por cento no ano passado, e que deve amargar uma recessão de 6,9 por cento neste ano segundo cálculos do Fundo Monetário Internacional.
Nos Estados Unidos, o Estado do Texas, onde houve 19 mil casos e 490 mortes pelo covid-19, vai permitir que as pessoas voltem a frequentar praças e parques durante o dia, desde que usando máscaras e mantendo distância. A Califórnia, ao oeste, que foi uma das primeiras a impor medidas de isolamento, elaborou um plano de seis etapas para a retomada das atividades. Estados mais afetados, como Nova York, também já começam a discutir maneiras de religar a economia.
INDICADORES – O Boletim Focus desta segunda-feira mostra que as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foram postergadas para 2021. A estimativa para este ano voltou a cair, e recuou um ponto percentual inteiro. Agora, o prognóstico é uma retração de 2,96 por cento, ante uma queda de 1,96 por cento prevista na semana passada. No entanto, a projeção para 2021 cresceu para 3,1 por cento, ante os 2,7 por cento esperados no relatório anterior.
O dólar esperado para dezembro subiu para 4,80 reais, ante os 4,60 reais da edição anterior. E as projeções de inflação e de taxa de juros caíram.
A expectativa para a taxa de juros referencial Selic em dezembro deste ano recuou para 3 por cento, ante os 3,25 por cento da edição anterior. E a inflação esperada, medida pelo IPCA, caiu para 2,33 por cento, ante os 2,52 por cento da semana passada.
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