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Investe em mim: 4 investimentos melhores do que poupança

A poupança é o investimento mais conhecido entre os brasileiros, mas não é o melhor, principalmente nos últimos anos, em que a rentabilidade vem caindo cada vez mais: em 2020 chegou a ter negatividade se descontada a inflação. Ou seja, se seu dinheiro está investido em poupança, ele está perdendo valor.

Listamos 4 investimentos mais rentáveis do que a poupança, mas que também são considerados seguros. Além disso, separamos algumas dicas se você ainda tem dúvidas em como começar a investir.

Por que a poupança não é um bom investimento?

Primeiramente, precisamos entender como funciona a poupança e porque ela não é a melhor escolha na hora de investir. Ela faz parte da renda fixa, ou seja, investimentos mais conservadores que não possuem tantos riscos, mas que apresentam uma rentabilidade mais baixa do que a dos investimentos mais arriscados, como a Bolsa de Valores. É uma aplicação acessível e fácil de ser feita, mas possui a menor rentabilidade do mercado. 

O rendimento da poupança é guiado pelo patamar da Selic, a taxa básica de juros brasileira. Resumidamente, quando a Taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança tem uma rentabilidade de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial. Porém, quando a Selic está abaixo de 8,5%, a poupança terá 70% do valor da Taxa Selic mais a TR de rentabilidade. Por isso, a Taxa Selic é tão importante para calcular o valor do rendimento da poupança. 

Nos últimos anos, a Selic vem caindo: em 2020 chegou a 2%. A TR desde 2018 está em 0,0%, ou seja, a poupança somente está rendendo os 70% da Taxa Selic. Como essa taxa varia constantemente, a estimativa da rentabilidade da poupança em 2020 também. Para termos uma noção, de janeiro a outubro, a rentabilidade acumulada foi de 1,88%. 

Agora, com a Taxa Selic em 2%, a estimativa é de que a poupança renda cerca de 1,4% ao ano. Porém, quando descontamos dessa rentabilidade a inflação, que nos últimos 12 meses somou 3,92% e só no último mês teve 0,86%, temos um saldo negativo. Veja só: a inflação mostra o aumento nos preços dos produtos e serviços. Logo, quanto maior a inflação, mais perdemos o poder de compra. Por isso, com a rentabilidade da poupança rendendo menos que a inflação, perdemos dinheiro. Assim, é importante conhecer outros tipos de investimentos que possuem uma maior rentabilidade.

Importância da reserva de emergência

Antes de procurar um investimento mais rentável do que a poupança, é necessário garantir uma reserva de emergência. Geralmente, é essa reserva que aplicamos na renda fixa antes de ingressarmos na renda variável, como investir em ações, por exemplo. Ela nada mais é do que um dinheiro que você precisa juntar antes de fazer investimentos mais arriscados. Primeiro, porque é a garantia para possíveis emergências. Segundo, porque também podem aparecer oportunidades imediatas. 

Alguns exemplos de emergências são problemas de saúde, acidentes e demissão. Um exemplo de oportunidade imediata pode ser algo que você queira comprar, que seja de extrema funcionalidade e utilidade no dia a dia ou para uso profissional, com desconto relevante.

Por isso, essa reserva precisa ter liquidez. A liquidez é o que garante que você possa pegar o seu dinheiro o mais rápido possível. Dessa forma, não se deve colocá-la em investimentos que seguram o dinheiro por um período de tempo longo, como um ano ou dois. 

A reserva busca liquidez e segurança, e não rentabilidade. Mas é claro que ela precisa render o suficiente para não se ter a perda do poder de compra, o que está acontecendo com a poupança. Para saber o valor da sua reserva, atente-se às contas: caso seja um profissional com renda regular, será 6 meses dos gastos. Caso seja um profissional com renda variável, serão 12 meses dos seus gastos. 

Após montada a reserva de emergência, também temos algumas opções de aplicação menos conservadoras dentro da renda fixa. Devemos lembrar que, pela taxa de juros (Selic) e a inflação estarem relativamente baixas, o rendimento nesse modelo é bem inferior ao da renda variável, em compensação, você terá muito mais segurança.

Investimentos mais rentáveis

Tesouro direto

É considerado o investimento mais seguro do Brasil e pode-se investir a partir de 30 reais. Basicamente, emprestamos dinheiro ao governo para que ele financie projetos. Em troca, recebemos uma rentabilidade. Temos dois tipos: os pós-fixados e os pré-fixados.

Os pós-fixados são atrelados aos juros (Taxa Selic) e à inflação (IPCA). Além disso, possuem algumas variedades de aplicações, são elas:

Tesouro IPCA+ : a rentabilidade é determinada pela inflação e mais uma porcentagem pré-determinada na compra, que se recebe no resgate do investimento;
Tesouro IPCA+ com juros semestrais: ao invés de receber a rentabilidade apenas no resgate, o título paga a cada 6 meses;
Tesouro Selic: a rentabilidade é vinculada à Taxa Selic. É indicado para a reserva de emergência, pois possui liquidez diária. Também é o que menos tem variação, ou seja, o mais seguro.
Já os pré-fixados são definidos apenas por uma taxa de rentabilidade pré-definida na compra. Esses também têm a opção com juros semestrais. O risco, nesse caso, é se a taxa de juros e a inflação dispararem e forem superiores à taxa pré-definida. Assim, essa aplicação renderia menos do que as outras. Caso a inflação, sozinha, superasse essa taxa, ocorreria a negatividade da rentabilidade do investimento. A liquidez não é diária e tem um prazo de resgate, que varia de acordo com cada aplicação. Geralmente, as que possuem mais tempo são as mais rentáveis. 

Para o caso da reserva de emergência, a melhor opção é o Tesouro Selic. A rentabilidade é 100% da Taxa Selic, ao contrário da poupança, que é 70% dela. É importante observar se a corretora que você utiliza cobra taxa de administração para esse tipo de aplicação: talvez isso faça você perder dinheiro. Agora, com a Taxa Selic tão baixa, a maioria das corretoras zeraram as cobranças, mas fique atento. Além disso, também preste atenção nos impostos. Esses detalhes fazem a diferença na hora de escolher os melhores investimentos.

Crédito de depósito bancário (CDB)

Os certificados de depósitos bancários são títulos emitidos por bancos. O investidor empresta o dinheiro para bancos financiarem suas atividades e, com isso, recebe uma rentabilidade em troca. Essa rentabilidade do CDB varia de acordo com o tipo desse crédito. 

Os CDBs pré-fixados são aqueles que mostram exatamente a rentabilidade que o investidor receberá no vencimento da aplicação. Por exemplo, se investiu R$ 3 mil em um CDB pré-fixado a uma taxa de 6% ao ano, e essa aplicação vence em 3 anos, no resgate terá R$ 3 540 mil (sem descontar os impostos e outras possíveis taxas).

Por outro lado, também temos os CDBs pós-fixados, que são atrelados a algum indicador. Nessa aplicação, não podemos ter certeza de qual rentabilidade teremos no resgate, pois ela acompanha a variação do indicador utilizado.

Esse indicador, na maioria das vezes, é o CDI (certificado de depósito interbancário), que tem uma taxa próxima à Taxa Selic. Geralmente, a aplicação pós-fixada tem uma rentabilidade que é uma porcentagem do CDI, por exemplo, 90% do CDI, 140% do CDI, entre várias outras porcentagens. Ou seja, um CDB com rentabilidade de 100% do CDI irá render 100% do que o CDI render ao longo do período da aplicação.

Também temos os CDBs atrelados à inflação. Esses misturam o pré-fixado com o pós-fixado. A rentabilidade é calculada por uma parcela pré-fixada (uma porcentagem de juros) e mais uma parcela pós-fixada (a inflação). Por fim, alguns desses CDBs também podem ser utilizados para montar a reserva de emergência, mas só se tiverem liquidez diária. No geral, são para investimentos mais a curto, médio e longo prazo, dependendo do tempo de vencimento da aplicação.

LC, LCI e LCA

Letras de Câmbio são títulos emitidos por financeiras para captar recursos e fazer empréstimos aos clientes. O investidor empresta o dinheiro e recebe uma rentabilidade, que também é atrelada ao CDI. Mas, a diferença é que as financeiras não tem tanta credibilidade igual os bancos, que são instituições bem maiores. Confira algumas siglas para não ficar perdido: 

LC: Letras de câmbio;
LCI: Letras de crédito imobiliário;
LCA: Letras de crédito agronegócio. 
O pretexto de que as financeiras são menos seguras para investir faz com que, muitas vezes, elas ofertem uma rentabilidade maior para atrair mais investidores. Por isso a LC pode ser um bom investimento. Em questão da segurança, essas aplicações possuem o FGC (fundo garantidor de crédito) que cobre o seu investimento em até 250 mil reais. Portanto, com o FGC e uma rentabilidade mais atrativa, esse investimento pode ser uma ótima opção.

A LC também possui algumas variações, mas são muito semelhantes aos tipos de CDBs: pré-fixados, pós-fixados e híbridos. Então, não entraremos em detalhes. Um ponto negativo é que a LC não oferece liquidez diária. E, mais uma coisa que se deve prestar atenção, como em todos os títulos de renda fixa, é no imposto de renda e nas taxas da corretora em que for realizar a aplicação.

O LCI e LCA são títulos emitidos por bancos a fim de investir no setor imobiliário ou do agronegócio. Mais uma vez, o investidor empresta esse dinheiro e ganha uma rentabilidade. São muito parecidos com o CDB e LC: a principal diferença é que nesses dois títulos não se tem imposto de renda. Então, mesmo que a rentabilidade possa ser um pouco menor do que a dos outros tipos de investimento em renda fixa, é necessário fazer o cálculo (descontando o IR dos outros investimentos) para ver se não acaba sendo mais vantajoso.

Fundos de Renda Fixa

Os investimentos listados acima são todos de renda fixa e possuem o FGC, segurança para o seu investimento. Porém, também temos os Fundos de Renda Fixa. Geralmente, esses fundos de investimento possuem cerca de 80% das aplicações em renda fixa, ou seja, naqueles títulos que já vimos aqui e mais alguns. Dessa forma, sua rentabilidade também costuma acompanhar a Taxa Selic e a inflação.

A diferença, nesse caso, é que você não investe diretamente nesses títulos, um gestor faz isso por você. Como todos os Fundos de Investimento, o Fundo de Renda Fixa é uma modalidade de investimento coletivo, ou seja, são várias pessoas investindo em um mesmo fundo. Ao invés de investir diretamente em títulos de CDBs, por exemplo, você compra uma cota de um Fundo que possui um gestor que investe nesses títulos e em vários outros. 

Desse modo, a rentabilidade é igual para todos os cotistas dos Fundos de Renda Fixa, mas é distribuída de acordo com a quantidade de cotas (dinheiro investido) de cada um. Um dos pontos positivos desses Fundos é que, se você não possui tanto tempo, disponibilidade ou conhecimento para fazer aplicações estratégicas e bem pensadas diretamente, terá um gestor, ou até mesmo uma equipe inteira, fazendo isso por você. Por outro lado, por ter essa equipe, isso requer uma taxa de administração, valor que pode ser menor ou inexistente se você for investir diretamente. 

Portanto, analise bem as opções dos investimentos de renda fixa, atente-se aos detalhes, preste atenção nas taxas, corretoras, rentabilidades e riscos. Assim, você com certeza terá investimentos com rentabilidade melhores do que a poupança, não deixando de lado a segurança.

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