Bolsonaro deve trocar de partido
Nesta quarta-feira, o cenário político doméstico voltou seus olhos exclusivamente sobre a possível cisão de Bolsonaro com seu partido, o PSL. Após ter dito, na terça-feira (8), para um apoiador “esquecer” a sigla, o presidente sofreu críticas de seus colegas partidários. No ápice da crise, Luciano Bivar – atual presidente do PSL – afirmou que Bolsonaro não teria mais nenhuma relação com o partido, indicando que, de fato, estaria de saída.
Segundo notícias que saíram no decorrer do dia, a cúpula do PSL já não estaria contando mais com o presidente e seu grupo de deputados. Ainda, a migração do presidente para outro partido, apesar de ser inédita na história pós-redemocratização, não teria empecilhos legais. O movimento dos deputados aliados, no entanto, não é autorizado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entende que o mandato pertence à sigla.
Nesse contexto de crise e indefinição, boatos sobre o novo destino do presidente surgiram: foram especulados partidos como Patriota e DEM, mas também partidos ainda em processo de homologação e não registrados pelo TSE. Ao cabo, o presidente concedeu entrevista no fim do dia (após reunião com deputados do PSL e advogados), afirmando que permanece no PSL “por enquanto”.
E Eu Com Isso?
O presidente, é inegável, deve trocar de partido. Muitos já falam em uma situação “insustentável” no PSL, após os desentendimentos recentes. O que segura Bolsonaro, neste momento, é a dificuldade de encontrar uma sigla maior ou, pelo menos, do tamanho do PSL e que tenha estrutura para receber o presidente. Ademais, o impasse acerca da migração de legenda dos deputados faz com que Bolsonaro, “por enquanto”, permaneça no partido.
Do ponto de vista político, o desgaste com o partido é negativo, mas afasta o núcleo bolsonarista de qualquer eventual contaminação em função das candidaturas laranjas do PSL. Para o presidente, mais vale o risco de isolamento político do que qualquer associação à corrupção.
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