Neste relatório, falaremos sobre a maior fornecedora de soluções de equipamentos eletroeletrônicos da América Latina, que, além de vir apresentando forte crescimento em suas receitas, tem trazido excelentes retornos, a WEG (WEGE3).
Abordaremos o seu histórico, suas linhas de receita, seu potencial de crescimento, seu market share, os riscos intrínsecos ao seu modelo de negócios, o resultado do primeiro trimestre de 2021, bem como nossas projeções sobre a empresa para os próximos anos.
Tudo isso com a finalidade de explicar o porquê de acreditarmos que a WEG seja uma empresa capaz de entregar ótimos retornos no longo prazo.
A empresa tem como principais fontes de crescimento:
O desenvolvimento de novos negócios
A empresa tem exposição estratégica às principais tendências seculares, tais como:
a) a busca global por fontes de energia limpa;
b) a eletrificação da frota, com a WEG sendo uma fornecedora-chave de marcas globais de veículos comerciais (MAN/VW);
c) a indústria 4.0;
d) a eficiência energética;
e) a rede inteligente;
f) o armazenamento de energia.
O ganho de market share com o portfólio atual de produtos
Embora reste pouco mercado para a empresa crescer sua participação no Brasil, ainda há muito para ela desbravar no cenário internacional.
A internacionalização
A WEG já é uma empresa global, mesmo assim, além do possível ganho de espaço com os produtos fabricados, há muita oportunidade em outros segmentos ainda não tão explorados fora do Brasil.
Histórico da empresa
A WEG é uma empresa de origem familiar criada, na década de 60, no município de Jaraguá do Sul, no alto vale de Santa Catarina, região que recebeu um número enorme de imigrantes oriundos da Alemanha e de outros países europeus no século passado.
Os valores associados à cultura germânica são preservados, até hoje, na região, na cidade e na empresa.
Com o aumento da demanda por motores na localidade e a demora de até 60 dias para a entrega deles naquele tempo, os visionários Werner, Eggon e Geraldo enxergaram, naquele cenário, uma oportunidade de suprir a necessidade do mercado, totalmente dependente da tecnologia de outras regiões e sedento por desenvolvimento.
Assim, decidiram abrir a Eletromotores Jaraguá, atuando, em seus primórdios, exclusivamente na fabricação de motores elétricos.
O trio – cujas iniciais do nome compõem o nome atual da companhia – possuía formações complementares: enquanto o primeiro deles era um grande mecânico, os outros dois tinham, respectivamente, formação em administração e em eletricidade.
Na década de 80, enquanto o Brasil e o mundo passavam por um momento de aperto e de dificuldades econômicas, a WEG dava um passo além na sua transformação.
Em 1981, foi criada a WEG Transformadores e a WEG Energia, o que deu início ao processo mais intenso de diversificação do portfólio de produtos fabricados e abriu o leque de oportunidades à frente, tais marcas são de extrema importância e perduram até os dias atuais.
Na década de 90, a WEG virou, de fato, uma companhia internacionalizada: foram abertas filiais nos Estados Unidas, na Alemanha, Inglaterra, França, Espanha e Suécia.
No Brasil, estima-se que, à época, ela já detinha quase 80% do mercado de motores elétricos. Além disso, a exportação de seus produtos já alcançava 55 países.
No primeiro ano da década seguinte, a WEG foi além e anunciou a aquisição de fábricas na Argentina e no México – e, posteriormente, em Portugal.
Ela seguiu sua expansão internacional nos anos seguintes, indo à Cingapura e à China, e adquiriu fábricas locais em Manaus, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Nos últimos anos, a WEG tem acelerado seu processo de internacionalização com diversas aquisições sendo realizadas ao redor do mundo.
Além disso, ela se estabeleceu em um novo mercado, o de tintas e vernizes industriais, e ampliou seu escopo na parte de energia, fabricando equipamentos para energia eólica.
No contexto atual, ela está entre os maiores fabricantes de equipamentos eletroeletrônicos de uso industrial do Brasil e da América Latina.
Na categoria de motores elétricos de baixa tensão, ela está entre os maiores players do mundo.
Ao longo dos anos, a WEG cresceu tanto de forma orgânica como por meio de aquisições de empresas nacionais e internacionais.
Dessa forma, as suas unidades fabris encontram-se espalhadas por diversos estados brasileiros, bem como outros países, tais como: Colômbia, México, Argentina, Estados Unidos, China, Áustria, Alemanha, Índia, Espanha, Portugal e África do Sul.
A companhia atua de forma diversificada dos pontos de vista estratégico, geográfico e de produtos/mercados.
Atualmente, podemos dizer que a WEG é uma empresa que desenvolve e produz soluções de eficiência energética para toda a cadeia produtiva.
A imagem abaixo, retirada da apresentação institucional da empresa, demonstra bem a inserção dos produtos da empresa.
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Este artigo é uma versão reduzida do Report Completo sobre o assunto produzido pela Equipe de Análise da Levante.
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Linhas de negócio
Conforme comentado acima a respeito de sua história, a WEG foi ampliando seu escopo de atuação e diversificando suas linhas de negócio para além da fabricação de motores elétricos, abrangendo outros mercados, como o de energia e, até mesmo, o mercado de tintas. Atualmente, as áreas de negócio da companhia são divididas em:
O Potencial de Crescimento da WEG
A WEG é referência no segmento industrial e no de energia elétrica, oferecendo diversos produtos e serviços de alto conteúdo tecnológico para as principais indústrias brasileiras e de outros países.
Sem dúvida alguma, a WEG não é uma empresa industrial tradicional, pois a sua operação produz e comercializa desde produtos mais tradicionais e resilientes até as próximas tendências em termos de inovação tecnológica para motores, como o motor elétrico e, até mesmo, o motor de energia, atuando, assim, nos segmentos de painéis solares e de energia eólica.
Além disso, como comentado acima, ela tem atuado no desenvolvimento de motores para veículos automotivos.
A produção ainda tem como foco veículos de transporte de cargas – como VUCs (Veículos Urbanos de Carga) –, pois o custo ainda é proibitivo para a implementação em carros de passeio e tem uma autonomia de 200 quilômetros, o que impossibilita, ainda, a utilização para veículos de transporte maiores.
Outro ponto interessante é o seu negócio digital, o qual, por meio de tecnologia, permite o monitoramento de motores industriais (da WEG ou de terceiros), fornecendo dados relevantes sobre seus funcionamentos (frequência, temperatura, vibração). Isso permite uma melhor manutenção e acompanhamento.
Um grande diferencial competitivo da WEG é a sua verticalização, com praticamente toda a produção dos componentes realizada dentro de casa.
Esse tipo de estrutura, uma vez bem executado, permite maior controle produtivo, customização, maior autonomia, independência, domínio total da sua tecnologia e maior potencial de lucros e de rentabilidade sobre o patrimônio.
Quando ela necessita de um determinado item que não possui potencial escalável, a WEG acaba comprando-o no mercado, uma vez que não tem pretensões de participar dele, como no caso de baterias e chips – entre outros produtos similares.
Em outros casos, a empresa cresce via fusões e aquisições com um claro objetivo em mente: acelerar seu acesso a mercados e a novas tecnologias.
Na imagem abaixo, podemos perceber que as últimas aquisições da empresa (realizadas em 2019) focaram a internalização da tecnologia (processo de monitoramento de motores).
Mesmo com as altas taxas de crescimento das receitas e dos lucros, a WEG segue enxergando potencial de crescimento em suas linhas de negócio.
A companhia não pretende realizar movimentos ou mudanças bruscas para acelerar o crescimento.
Em suma, ela tem como objetivo seguir seu ritmo histórico de expansão (entre 15% e 18% ao ano). Apesar do número, não há qualquer tipo de projeção ou guidance formal nesse sentido.
Por meio de seu conhecimento em engenharia, de sua forte reputação no segmento GTD e do modelo de negócios verticalmente integrado, a WEG tem uma exposição estratégica às principais tendências seculares, como:
a) a busca global por fontes de energia limpa;
b) a eletrificação da frota, com a WEG sendo uma fornecedora-chave de marcas globais de veículos comerciais (MAN/VW);
c) a indústria 4.0;
d) a eficiência energética;
e) a rede inteligente;
f) o armazenamento de energia.
Assim, as principais avenidas de crescimento da empresa são:
O ganho de market share com o portfólio atual de produtos
Embora reste pouco mercado para a empresa crescer sua participação no Brasil, ainda há muito para desbravar no cenário internacional.
A internacionalização
A WEG já é uma empresa global, mesmo assim, além do possível ganho de espaço com os produtos fabricados, há muita oportunidade em outros segmentos ainda não tão explorados fora do Brasil.
Desenvolvimento de novos negócios
A WEG investe muito em Pesquisa e Desenvolvimento, além de realizar aquisições estratégicas.
Com uma cultura ágil, a empresa consegue reinventar-se a cada momento, sempre buscando fornecer produtos e soluções de alta qualidade para seus clientes.
Um exemplo recente foi a entrega dos ventiladores pulmonares em 2020, que auxiliaram no combate ao Covid-19.
Embora ela nunca tivesse fabricado um produto sequer do tipo, em pouco mais de um mês, a empresa conseguiu finalizar todo o processo de produção deles e entregá-los.
Conforme comentado acima, a companhia vislumbra muitas oportunidades em termos de projetos vencedores, mas não é seu perfil estimulá-los de maneira agressiva.
Essa perspectiva cautelosa, que condiz com o seu perfil e com a sua história, se encaixa bem em seus níveis de endividamento e de alavancagem ao longo dos anos.
Desdobramento das ações da WEG (WEGE3)
A Weg anunciou ao mercado, no dia 27 de abril, a aprovação de seus acionistas pelo desdobramento de ações de 1 para 2.
Essa medida tem o objetivo de ampliar o acesso de investidores às ações emitidas pela companhia, assim como aumentar a liquidez das ações e diversificar sua base acionária.
Dessa forma, cada 1 ação ordinária passa a representar 2 ações ordinárias, sem que ocorra a elevação do Capital Social da Companhia.
Além disso, os novos números de ações ordinárias escriturais nominativas, todas com direito a voto, passaram de 2.098.658.999 para 4.197.317.998.
O desdobramento de ações, também conhecido como split, em geral, é realizado pela empresa quando seus papéis começam a apresentar preço muito elevado.
Com o desdobramento, o preço unitário das ações diminui, fazendo com que elas fiquem mais acessíveis a todos os investidores, o que, por sua vez, aumenta a liquidez dos ativos.
Justamente pelo fato de os preços das ações diminuírem e o número de ações aumentarem, o patrimônio dos investidores não muda.
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Este artigo é uma versão reduzida do Report Completo sobre o assunto produzido pela Equipe de Análise da Levante.
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