
A ausência de novas notícias ruins no setor bancário americano e a aparente distensão entre lideranças chinesas e americanas está justificando uma leve alta no pré-mercado no início desta semana. Sem novos problemas, os investidores avaliam o estado da economia americana e as perspectivas para a inflação de setembro, que deverá ser divulgada na próxima sexta-feira (24), com quase duas semanas de atraso em relação à previsão original.
Durante o fim de semana não houve novas notícias de problemas bancários. O princípio de pânico que derrubou as ações do Zions Bancorporation na quinta-feira (16) foi considerado um problema isolado, em que gestores de fundos da Califórnia foram acusados de fraudar empréstimos concedidos pelo Zions para fundos dedicados a comprar financiamentos imobiliários com problemas.
O Zions divulgou perdas de 60 milhões de dólares, mas o temor dos investidores de que a crise pudesse ser mais ampla levou a uma queda de 13 por cento em suas ações, drenando 1 bilhão de dólares no valor de mercado do banco.
As perdas se espalharam por outras empresas financeiras e chegaram a provocar uma queda quase 1 por cento no Índice Dow Jones na quinta-feira, com perdas se espalhando por outros mercados. No entanto, a recuperação começou no pregão seguinte, à medida que aumentava a convicção de que os prejuízos eram pontuais. No entanto, novas notícias de problemas bancários podem ter uma repercussão intensa e negativa sobre os investidores.
Do lado das questões tarifarias, as atenções se voltam para a relação entre EUA e China. Neste domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrou otimismo quanto a um possível acordo comercial com a China, antes do encontro com o presidente Xi Jinping, previsto para o final deste mês na Coreia do Sul. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou na sexta-feira que acredita que “as coisas se acalmaram” com a China e que provavelmente se reunirá com o vice premiê chinês nos próximos dias.
RELATÓRIO FOCUS A edição do Relatório Focus publicada pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira mostra leves reduções nas expectativas de inflação para todos os anos da amostra, de 2025 a 2028. A projeção para os próximos três anos é de inflação dentro do teto da meta. No entanto, as projeções para as taxas de juros nesse período permanecem inalteradas em relação às pesquisas das semanas anteriores.
E Eu Com Isso?
Nesta segunda-feira a expectativa é de alta das ações, com os investidores focando na distensão registrada no último fim de semana entre os governos da China e dos Estados Unidos. Os contratos futuros dos principais índices americanos e as cotas do Exchange Traded Fund (ETF) EWZ iShares MSCI Brazil estão em alta no pré-mercado.
As notícias são positivas para a Bolsa
ANP autoriza PRIO (PRIO3) a retomar produção de Peregrino e ações avançam
A PRIO (PRIO3) comunicou ao mercado na sexta-feira (17), que recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para retomar a produção no campo de Peregrino. A liberação, após cerca de dois meses de paralisação, foi concedida mediante parecer da superintendência de segurança operacional e marca o reinício das operações do FPSO Peregrino, unidade responsável pela produção no campo, atualmente operado pela Equinor Brasil.
O retorno das atividades em Peregrino representa um avanço para a companhia, que vinha enfrentando pressões do mercado desde a suspensão das operações em agosto. A interdição foi motivada por questões relacionadas à segurança operacional, o que levou à necessidade de ajustes técnicos, revisões documentais e melhorias em sistemas críticos da unidade.
Agora, com a retomada autorizada, a companhia inicia o processo de ramp up da produção, ou seja, uma elevação gradual dos volumes extraídos até atingir a normalidade operacional. A expectativa do mercado é que a produção volte aos níveis anteriores à paralisação ao longo das próximas semanas, considerando a complexidade envolvida na operação de um FPSO e o tempo necessário para estabilizar o sistema após um período de inatividade.
A notícia é considerada positiva e tende a aliviar parte da pressão que vinha sendo exercida sobre os papéis da empresa nas últimas semanas. Desde a interrupção, a PRIO vinha sendo questionada sobre sua capacidade de resposta diante de eventos imprevistos, especialmente em um momento estratégico em que busca consolidar a aquisição da totalidade do campo de Peregrino.
Neste ano a empresa firmou acordo para comprar os 60 por cento restantes do ativo que ainda estavam sob controle da Equinor, em uma transação que pode alcançar até 3,35 bilhões de dólares. Com a finalização desse processo, a PRIO assumirá o controle integral do campo, o que deve ampliar sua geração de caixa e fortalecer sua posição no setor de óleo e gás.
O campo de Peregrino é considerado um dos principais ativos da PRIO. Em meses anteriores à paralisação, chegou a responder por cerca de 38 mil barris por dia, volume expressivo dentro do portfólio de produção da companhia. Sua retomada é estratégica não apenas pelo impacto imediato nos resultados operacionais, mas também pelo papel que desempenha na execução do plano de crescimento da empresa para os próximos anos.
E Eu Com Isso?
Apesar da sinalização positiva, o retorno das operações não elimina por completo os riscos associados ao cumprimento das exigências operacionais. O histórico recente de interdição acende um alerta para a importância de manter controles rigorosos de segurança e governança, especialmente diante da perspectiva de ampliação da responsabilidade operacional com a futura conclusão da compra do campo.
Nas próximas divulgações, os investidores estarão atentos à velocidade com que a PRIO conseguirá normalizar a produção em Peregrino, aos indicadores operacionais após a volta em atividade do campo. Além disso, o mercado deve observar a consistência da companhia na comunicação de seus resultados e a sua capacidade de evitar novas paralisações que comprometam sua produção e previsibilidade de receita.
A retomada do campo de Peregrino, portanto, representa um alívio para a PRIO, mas também impõe novos compromissos como eficiência operacional. O desempenho da companhia a partir de agora será determinante para a avaliação do mercado e para a sustentação da trajetória de crescimento planejada para os próximos trimestres.
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