Levante Ideias - Usi MInas

Reviravolta no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 6 votos a 5, barrar a possibilidade de reeleição de presidentes do Legislativo na mesma legislatura. O resultado é uma grande reviravolta no que se esperava como resolução, uma vez que os ministros trabalhavam, nos bastidores, para não interferir na questão que interfere diretamente o jogo de poder no Legislativo.

Ocorre que os ministros foram duramente criticados nos últimos dias – pela classe política, pelo meio acadêmico e até por ex-ministros da própria Corte – e essa reação acabou influenciando no resultado. Para os mais atentos à letra constitucional, de fato, qualquer interpretação que permitisse a recondução de presidentes na mesma legislatura seria carregada de certo revisionismo. Ao mesmo tempo, porém, não é novidade que o STF é hoje uma corte passível de influência política.

De qualquer forma, nem Rodrigo Maia (DEM-RJ), que dizia que não seria candidato, nem Davi Alcolumbre (DEM-AP), que abertamente declarava suas intenções de recondução, poderão concorrer à Mesa Diretora das respectivas Casas Legislativas em fevereiro de 2021. Votaram contra a reeleição os ministros, Luiz Fux, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber e Cármen Lúcia. A favor da reeleição, votaram os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques – o último, optando por uma solução intermediária e alinhada com o Planalto, permitindo a reeleição de Alcolumbre, mas vetando a de Maia.

Impactos na prática

A impossibilidade de recondução ao cargo muda radicalmente a conjuntura de forças para as eleições legislativas, em especial no Senado Federal – onde já havia, praticamente, um consenso em torno do nome de Davi Alcolumbre. Agora, governo, base aliada e oposição devem se voltar às negociações internas para apresentar nomes competitivos para uma disputa que fica totalmente aberta.

No caso da Câmara dos Deputados, o impacto deve ser menor. Como o presidente da Casa, Rodrigo Maia, já sinalizava não querer se reeleger – apesar de poder, caso o STF decidisse a favor, mudar de ideia na última hora, a eleição deve girar em torno de um nome apoiado por Maia (ainda indefinido), um nome do governo (Arthur Lira, do PP de Alagoas até momento) e um nome da oposição, que será crucial para definir o vencedor em um eventual segundo turno entre o candidato do Planalto e o do bloco do atual presidente.

O mercado deve reagir negativamente (ainda que de maneira tímida) à vedação dos nomes de Maia e Alcolumbre, uma vez que o presidente da Câmara era ainda desejado para continuar na cadeira, pelo seu perfil fiscalista, e o do Senado também, já que era mais alinhado com o governo.

—— ——

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

Para ficar por dentro do universo dos investimentos de maneira prática, clique abaixo e inscreva-se gratuitamente!

e-eu-com-isso

—— ——

Leia também: STF decide reeleição.

O conteúdo foi útil para você? Compartilhe!

Recomendado para você

O investidor na sala de espera

Salas de espera podem ser muito relaxantes ou extremamente desconfortáveis. Pessoas ansiosas consideram aquele período de inatividade quase uma tortura. Quem precisa de um tempinho

Read More »

Ajudamos você a investir melhor, de forma simples​

Inscreva-se para receber as principais notícias do mercado financeiro pela manhã.