Reunião do FED começa com ausência de dados




Começa nesta terça-feira (28) a reunião de outubro do Federal Open Market Committee (Fomc), versão americana do Comitê de Política Monetária (Copom). De acordo com o CME FedWatch, que baseia suas previsões nos preços do mercado futuro de juros, há 96,7 por cento de probabilidade de o Federal Reserve (FED), o banco central americano, cortar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual na quarta-feira (29).

Isso reduziria a taxa básica de juros para uma faixa entre 3,75 e 4 por cento ao ano, abaixo da faixa atual de 4 a 4,25 por cento, e marcaria o segundo corte de juros do FED neste ano. O consenso do mercado é de que deverá haver mais um corte dessa magnitude na reunião do FED agendada para dezembro.

No entanto, apesar da convicção, os investidores reconhecem que a decisão será tomada em um cenário de continuidade do apagão quase total de dados econômicos federais em meio à paralisação do governo.

O único indicador relevante foi o Consumer Price Index (CPI) de setembro, divulgado na sexta-feira (24), e que mostrou que a inflação subiu a um ritmo de 3 por cento ao ano, levemente abaixo do esperado. A conclusão foi que o impacto das tarifas abrangentes do presidente Donald Trump tem sido até agora mais contido do que os economistas previam.

O FED tem duas tarefas: manter a inflação dentro da meta de 2 por cento e fazer isso preservando o maior nível de emprego possível, desde que não inflacionário. Quando a inflação está em alta o FED eleva os juros para encarecer os empréstimos e desestimular consumidores e empresas de gastar. Porém, um mercado de trabalho fraco pode ser impulsionado por taxas de juros mais baixas, pois é mais fácil para as empresas contratarem se for mais barato tomar dinheiro emprestado.

Em setembro, quando Jerome Powell, presidente do FED, anunciou o primeiro corte de juros deste ano, ele sinalizou que o banco central americano estava cada vez mais preocupado com uma forte desaceleração no mercado de trabalho. “Neste mercado de trabalho menos dinâmico e um pouco mais fraco, os riscos de queda para o emprego parecem ter aumentado”, disse ele.

No entanto, o relatório mensal de empregos de setembro não foi divulgado no início deste mês devido à paralisação do governo federal. Em um discurso em 14 de outubro, Powell reconheceu a interrupção dos dados, mas acrescentou que o banco central tem acesso a “uma ampla variedade de dados dos setores público e privado que permaneceram disponíveis”. Segundo o presidente do FED, “as perspectivas para o emprego e a inflação não parecem ter mudado muito desde então”.


E Eu Com Isso?

A terça-feira começa sem uma direção única para os principais índices acionários. Além da reunião do Fomc, os investidores aguardam o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da China na quinta-feira (30). A agenda econômica do dia é esvaziada, o que sustenta a falta de vetores para os preços dos ativos financeiros. Parte das atenções dos agentes econômicos seguem voltadas para a temporada de balanços corporativos. Segundo a Reuters, cerca de 30 por cento das empresas do S&P 500 que já divulgaram resultados, 85 por cento tiveram lucros acima das expectativas.

As notícias são levemente positivas para a Bolsa em um cenário sem tendência definida




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 Petrobras (PETR4) reporta produção acima do esperado no terceiro trimestre


A Petrobras (PETR4) divulgou seu relatório de produção e vendas referente ao terceiro trimestre de 2025, registrando uma produção média de óleo de 2,52 milhões de barris por dia, um aumento de 18,3 por cento em relação ao mesmo período de 2024. Considerando óleo e gás, a produção total atingiu 3,144 milhões de barris por dia, representando crescimento de 16,9 por cento na comparação anual.

O desempenho do trimestre foi impulsionado principalmente pela entrada em operação do FPSO Almirante Tamandaré, que alcançou plena capacidade de produção no campo de Búzios, e pelo aumento da produção no FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero.

No segmento de Refino, Transporte e Comercialização (RTC), os resultados também foram positivos. As vendas internas de derivados cresceram 1,9 por cento, totalizando 1,8 milhão de barris refinados por dia. O destaque ficou para o diesel, cuja demanda impulsionou um aumento de 6,4 por cento nas vendas em relação ao ano anterior, com recorde trimestral de produção de diesel S-10 pela refinaria Refap.

No mercado externo, as exportações líquidas (exportações menos importações) registraram alta de 46,4 por cento, atingindo 723 mil barris por dia. Esse desempenho é estratégico para a companhia, já que grande parte do custo médio das mercadorias exportadas é formado por produtos extraídos e refinados no Brasil, significativamente mais baratos do que a aquisição de petróleo e derivados no mercado internacional.

Os resultados do 3T25 reafirmam a trajetória de crescimento da Petrobras, sustentada pelo aumento da produção própria, pela entrada de novas capacidades via FPSOs e pelo crescimento das exportações.


E Eu Com Isso?

Em linhas gerais, os resultados operacionais da Petrobras superaram nossas expectativas, com base nas informações previamente divulgadas pela companhia.

Projetamos que a receita líquida da empresa para o terceiro trimestre de 2025 alcance cerca de 125 bilhões de reais, com EBITDA estimado em 65 bilhões de reais e lucro líquido recorrente em torno de 25 bilhões de reais.

A Demonstração do Fluxo de Caixa continua sendo a peça contábil mais relevante para a companhia. Espera-se que a Petrobras mantenha um Fluxo de Caixa Livre positivo, permitindo a distribuição de proventos em conjunto com os resultados do trimestre. Nossa estimativa aponta para uma distribuição de cerca de 10 bilhões de reais, equivalente a 2,5 por cento de remuneração trimestral.

Para os próximos doze meses, projetamos um pagamento total de proventos em torno de 10 por cento, em linha com a capacidade de geração de caixa da empresa, reforçando sua política de retorno consistente aos acionistas.
JSL (JSLG3) e Vamos (VAMO3) fortalecem integração com novo contrato de locação de máquinas

A JSL (JSLG3) e a Vamos (VAMO3), ambas controladas pela Simpar (SIMH3), anunciaram a celebração de um contrato de locação de frota de empilhadeiras pelo prazo de 84 meses, com valor total estimado em até 74,6 milhões de reais. O acordo prevê o fornecimento, pela Vamos, de máquinas e equipamentos intralogísticos que serão utilizados pela JSL na execução de um novo contrato operacional, com pagamento mensal de 889 mil reais, corrigido anualmente pela variação positiva do IPCA. Trata-se de uma operação de longo prazo que reforça a sinergia operacional entre as companhias e a relevância das soluções integradas dentro do ecossistema da Simpar.

O contrato se insere em um momento estratégico para ambas as empresas. A JSL, especializada em serviços logísticos, segue focada em expandir contratos de longo prazo e diversificar a base de clientes, enquanto a Vamos, líder em locação de veículos pesados, vem entregando forte geração de caixa e crescimento de receita mesmo em um cenário de juros elevados. Na prévia operacional do 3T25, a Vamos registrou faturamento recorde de 1,53 bilhão de reais, com destaque para o segmento de locação, que atingiu 1,03 bilhão de reais — alta de 11,9 por cento em relação ao ano anterior.

A operação reforça também o papel da Simpar como holding de serviços integrados, capaz de gerar valor por meio da complementaridade entre suas subsidiárias. No caso da JSL e da Vamos, o relacionamento comercial dentro do grupo favorece ganhos de escala, previsibilidade de receitas e otimização de custos financeiros e operacionais. A locação de máquinas pela Vamos à JSL amplia a ocupação de frota da locadora, ao mesmo tempo em que fornece à JSL uma estrutura logística mais eficiente para atender novos contratos sem necessidade de imobilizar capital próprio.

 
E Eu Com Isso?
 
Sob o ponto de vista estratégico, o contrato é positivo para a Vamos, que segue diversificando a carteira e alongando a duração média dos contratos, o que sustenta a visibilidade de receita futura. O reajuste anual atrelado ao IPCA contribui para a proteção inflacionária da companhia e ajuda a preservar margens. Já para a JSL, o movimento indica continuidade na estratégia de expansão de contratos e fortalecimento da capacidade operacional, embora a dependência de contratos intragrupo possa levantar questionamentos sobre o grau de independência operacional frente à controladora.

Do lado da Vamos, a notícia tende a ser marginalmente positiva, reforçando a tese de resiliência do modelo de locação em meio ao ciclo de juros elevados e destacando o foco da empresa em contratos de longo prazo e com boa qualidade de crédito. Para a JSL, os efeitos devem ser neutros a levemente positivos, já que a operação ajuda a dar suporte a novos contratos, mas não altera significativamente a dinâmica financeira do grupo.

Em síntese, o novo contrato reafirma o fortalecimento da integração entre as empresas do grupo Simpar, com efeitos moderadamente positivos no curto prazo para a Vamos, especialmente na ocupação e rentabilidade de frota. Já para a JSL, o impacto tende a ser mais operacional do que financeiro, refletindo a continuidade da estratégia de crescimento sustentado e diversificação de serviços.




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