Texto escrito por João Gabriel Chebante, consultor de marketing
Feliz ano novo, leitor da Levante!
Retomando a agenda de postagens, falaremos hoje sobre uma classe de ativos em franca expansão no mercado: a de investimentos em negócios, sejam os estabelecidos (Private Equity) ou os em ascensão (Venture Capital).
Esta semana está acontecendo, em Davos, o Fórum Econômico Mundial. Nele, um dado interessante veio à tona. A UNCTAD, órgão ligado à ONU, apresentou o dado sobre a entrada de investimento estrangeiro direto em nosso país: 25% de aumento nos números, chegando a US$ 75 bilhões. Isso posiciona o Brasil em quarto lugar na lista dos países que mais recebem dinheiro estrangeiro em suas economias. No geral, perdemos somente para EUA, China e Cingapura.
Espere: passamos o ano passado inteiro falando da saída de investimento estrangeiro do país, não?
Atentem-se a uma palavrinha do penúltimo parágrafo: investimento DIRETO. Ou seja, os aportes diretos em empresas aumentaram. Porém, tivemos uma forte evasão na bolsa de valores.
E isso é uma excelente notícia!
Para quem ainda não sabe (mas deveria sabê-lo, pois diversas oportunidades parecida com as que falo aqui estarão logo disponíveis nas mais diversas corretoras), o investimento direto trabalha com ciclos longos, de 5 a 10 anos, para ter um retorno prático (via Initial Public Offering, IPO, ou venda de participação a empresas e fundos).
Ou seja, estes US$ 75 bilhões que entraram na nossa economia em 2019 irão trazer retornos apenas a partir de 2023. Se contabilizarmos o fato de que o espectro de investimento direto envolve também concessões e privatizações, o tempo pode ultrapassar 10 anos (até 15, a depender do caso).
Isso sem falar que o Venture Capital dobrou seu montante de investimentos no setor em dois anos. Ou seja: ele está com forte viés de alta, posto que o Brasil só não formou mais unicórnios que os Estados Unidos da América e a China, empatando, neste quesito, com a Alemanha.
E, além de tudo, mais projetos, de exponenciais a estruturais e com bons vieses de aporte, estão vindo para nosso país. O que me leva a dois recados finais neste primeiro texto de 2020:
- Mantidas as condições macroeconômicas atuais e as evoluções esperadas, um ciclo virtuoso da nossa economia – talvez como nunca visto –, com capital nacional e internacional a procura de projetos (longo prazo), não oportunidades (curto prazo), vem por aí.
- Fará parte do investidor, independente do porte deste, ficar de olho na evolução dos negócios empresariais. E isso serve para todos os investidores, daqueles que precisam avaliar se suas carteiras são coerentes com suas estratégias de vida até aqueles que precisam avaliar se comprar uma cota de um fundo de Private Equity ou investir em uma startup pode trazer um retorno que justifique o risco e a alocação de longo prazo.
Bem-vindos, estrangeiros e locais, ao Brasil dos investimentos de 2020!
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