O ano de 2019 foi excelente para o investidor em ações. O Índice Bovespa teve um dos melhores anos da última década e subiu 31,6%. Entretanto, por fazer uma média ponderada das ações com mais volume de negociação, o índice se concentra em bancos, Petrobras, Vale e Ambev. Dessa forma, ele não retrata fielmente a realidade das demais empresas. cujas ações têm menos liquidez. Portanto, alguns setores naturalmente se destacaram ainda mais do que o índice Bovespa em 2019.
Os seguintes setores tiveram desempenho de destaque em 2019:
- Utilidade Pública (UTIL)
- Frigoríficos
- Imobiliário (IMOB)
No entanto, o ano de 2020 começa de forma diferente e isso favorecerá outros setores.
Abaixo, comento sobre os motivos que levaram estes setores a terem um desempenho tão bom em 2019 e também elenco quais serão os três setores de destaque para 2020.
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Os setores que mais subiram em 2019
Saneamento e energia vieram com tudo
Um dos setores que mais subiu em 2019 foi o de Utilidade Pública (UTIL). Concordo que o nome não dá tanta pista assim de quais ações compõem esse índice da B3. Ele é formado por empresas de saneamento e de energia elétrica como Copasa (CSMG3), Engie (EGIE3) e Eletrobras (ELET3/ELET6).
Com a aprovação, pelo Congresso, do Marco Legal do Saneamento e com o sucesso dos leilões de transmissão de energia promovidos pelo Ministério da Infraestrutura, o índice UTIL avançou +56,9% no ano passado.
Picanha brasileira na China
Apesar de não ter um índice próprio como os demais, as empresas do setor de frigoríficos em especial tiveram um ótimo 2019. Por exemplo, quem comprou Minerva (BEEF3) no fim de 2018 viu seu patrimônio se multiplicar 157,3% no decorrer de 2019.
As empresas passaram de uma tempestade perfeita a um cenário de alinhamento dos astros em questão de meses ao aproveitarem a gripe suína africana e aumentarem consideravelmente sua exportação de proteína (carne bovina, suína e frango) para a Ásia. Repare como todas as empresas do setor (BRF, JBS, Marfrig e Minerva) superaram em muito o desempenho do Índice Bovespa no período.
O movimento ascendente dessas empresas deve continuar em 2020. O aumento das exportações ainda deve beneficiar os resultados do quarto trimestre de 2019. Entretanto, não deve ocorrer uma alta da mesma magnitude da ocorrida no ano passado. Mais um motivo para procurarmos novos setores para investir em 2020.
O grande vencedor
As empresas do setor imobiliário dispararam em 2019. Beneficiado pelos juros nas mínimas históricas, o Índice Imobiliário (IMOB) teve alta de 70,52% no ano passado, confirmando a retomada do setor. Entretanto, esta performance se refere apenas à média do setor.
Cyrela (CYRE3, +105,8%), Eztec (EZTC3, +152,8%) e Even (EVEN3, +159,3%) foram algumas das ações que avançaram muito acima do IMOB e chamaram a atenção do investidor em 2019.
Quais setores podem se destacar em 2020?
Quando olhamos para as perspectivas para 2020, o que chama a atenção é a grande expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Depois de elevar a projeção durante oito semanas consecutivas, o mercado agora espera um aumento de 2,30% de PIB para este ano. Por isso, os setores que buscamos agora são aqueles que mais beneficiados por uma retomada da economia.
Antes de começar efetivamente, um pequeno aviso: estes são setores que vem me chamando a atenção. As empresas citadas aqui NÃO CONSTITUEM uma recomendação de compra, já que é crucial calcular a diferença entre o preço de mercado e o valor justo das ações (margem de segurança) antes de investir.
Concessões Rodoviárias
Quando falamos deste setor, estamos falando de CCR (CCRO3) e de Ecorodovias (ECOR3).
O setor de concessões rodoviárias será impactado por ao menos nove licitações de rodovias previstas para 2020 e que deve demandar em torno de 65 bilhões de reais em novos investimentos.
O governo federal, aliado aos governos estaduais, mantém seu plano de privatizações e de concessões, visando desvincular o Estado de atividades não inerentes ao seu objetivo como, por exemplo, a administração de rodovias.
Foto: Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias – ABCR
Material de Construção
Neste caso, estamos falando de Duratex (DTEX3), Portobello (PTBL3) e até mesmo Eucatex (EUCA3).
Os apartamentos lançados pelas construtoras em 2019 deverão começar a ser construídos em 2020 e, consequentemente, o mercado precisará recorrer aos revestimentos de madeira, pias, louças e metais para banheiro, por exemplo.
Siderurgia
Além dos projetos residenciais, 2020 deve ser marcado pelas muitas obras de infraestrutura. Aqui, estamos falando de Gerdau (GGBR4/GOAU4), Mills (MILL3) e até a própria Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3).
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Entre as três, esperamos que Gerdau seria a mais beneficiada por fabricar o aço longo (vigas e vergalhões) que realmente é utilizado na construção civil diferentemente da Usiminas e CSN que fabricam o aço plano utilizado em carros.
Conclusão
Quem acompanha o trabalho da Levante sabe que costumamos dizer que “é preciso comprar guarda-chuva enquanto o dia ainda está ensolarado”. Afinal, o mercado financeiro sempre tenta antecipar os movimentos das ações na Bolsa antes da melhora efetiva nos seus lucros. Por isso, para pegar estes grandes movimentos “na veia” é preciso ser um “pouco contrário” e investir nas empresas antes do movimento acontecer.
Foi assim quando recomendamos a compra das ações de construção civil mais voltado ao segmento de média e alta renda ainda em outubro de 2018. Naquela época, esses papéis ainda não tinham começado a disparada recente.
Os assinantes da Levante receberam a informação em primeira mão, seguiram a recomendação e tiveram excelentes ganhos na Bolsa no período.
Alguns desses setores/ações já tiveram desempenho ainda em 2019, porém acredito que eles continuam como grandes candidatos a performarem bem em 2020. É como se as nuvens cinzentas já começassem a aparecer no céu. Hora de ir atrás de um guarda-chuva.
Um abraço e até breve,
Eduardo Guimarães e equipe