Como antecipei desde o vídeo da reunião ministerial, a permanência de Weintraub à frente do Ministério da Educação era cada dia mais difícil. Na tarde desta quinta (18), o ministro entregou oficialmente seu cargo por meio de vídeo, gravado ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
A sua saída era iminente, por ser um elemento central da crise entre o Executivo e o Judiciário (Weintraub cruzou a linha quando fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal, o STF). Os últimos dias foram de negociações para realocar Weintraub em algum espaço no governo. A solução: ele será indicado para o posto de diretor-executivo no Banco Mundial, vaga sujeita à aprovação de outros países.
Weintraub ficou um ano e meio no cargo e protagonizou uma série de polêmicas, desde seus vídeos de tom irônico e jocoso, passando pelas provocações à China, até as disputas envolvendo o Enem e orçamentos de universidades federais.
A saída de Weintraub não era desejo do presidente. Bolsonaro via no ministro um grande defensor de seus valores e uma figura bastante popular entre a base eleitoral mais próxima do governo. As pressões, contudo, pela saída de Weintraub – tanto internas quanto externas – impossibilitaram que o ex-ministro continuasse.
Mantê-lo no cargo seria dar continuidade à cisão entre os Poderes e o governo vem tentando fazer justamente o contrário. Espera-se uma leve melhora no relacionamento entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Agora, o substituto da pasta deve seguir a mesma linha ideológica, mas não deve se envolver em polêmicas.
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