Segundo o vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria de Construção), os volumes de lançamentos e vendas em 2022 devem ficar estáveis em relação ao presente ano, mesmo com o setor tendo o melhor ano em número de unidades lançadas e vendidas nos últimos anos.
De janeiro a setembro, houve um aumento de 37,6% nos lançamentos na comparação anual, totalizando 171 mil unidades, além de crescimento de 22,5% nas vendas, para 188 mil unidades. Se olharmos apenas o 3T21, o volume lançado teve expansão de 13,6%, enquanto as vendas líquidas caíram 9,5%.
Os lançamentos de imóveis do Casa Verde e Amarela tiveram queda de 18%, com as vendas líquidas reduzindo quase 20%. A CBIC espera que as mudanças relacionadas ao programa, como o aumento dos limites máximos de preço, tenham um impacto positivo já no 4T21.
Continuando com o teor de tranquilidade absoluta, Martins afirmou que “ainda há muito espaço para aumento de preço dos imóveis”, considerando-se as elevações de custos de insumos.
E Eu Com Isso?
Indo de encontro com o tom de águas calmas do vice-presidente, uma pesquisa feita pela consultoria Brain mostrou que a intenção de compra do consumidor vem caindo paulatinamente no decorrer do ano, passando de 44% em fevereiro e chegando abaixo dos 40% em setembro.
Nos preocupa o teor de otimismo exacerbado para o momento do setor, algo que já vimos no boom de lançamentos em 2007-2010, que resultou em uma quebradeira geral nas construtoras do país.
Na visão do vice-presidente, não há motivo algum para esperarmos uma redução nos lançamentos e unidades vendidas para o próximo ano, em um cenário de taxa de juros passando de 10%, o que implica em percentual de renda disponível maior consumida pelos financiamentos, e desemprego elevado. Ainda comenta que acha factível a elevação dos preços imóveis, estratégia que parece ter perdido apelo nos últimos resultados apresentados pelas incorporadoras, que mostraram desaceleração em suas vendas.
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