Levante Ideias - Minério de Ferro

Vale, Gerdau e Usiminas disparam com recuperação do minério

Após sucessivas quedas, o minério de ferro apresentou forte alta nesta quarta-feira (22), impulsionando as ações do setor de mineração e siderurgia.

As ações da Vale (VALE3), que vinham apresentando quedas a alguns dias, fecharam em forte alta de 10,39%, assim como a Gerdau (GGBR4) que fechou com alta de 5,84% e a Usiminas (USIM5) que também disparou 9,13% nesta quarta.

Nas últimas semanas, temos observado sucessivas quedas do minério de ferro, que tem impactado negativamente as mineradoras e siderúrgicas.

A forte queda do preço do minério na China, somado à tensão dos mercados internacionais com a crise da incorporadora chinesa Evergrande, no início da semana, afetou fortemente as bolsas pelo mundo, incluindo a bolsa brasileira, puxada pela forte queda das ações da Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e a Usiminas (USIM5)

Lembrando que as negociações ex-dividendos das ações de VALE3 se iniciam hoje (23), com o reajuste em relação ao valor nominal de fechamento das ações será grande e deve abrir o pregão abaixo dos R$ 80,00 por ação, claro, sem prejuízo aos acionistas, que receberão R$ 8,19 por ação em proventos.

E Eu Com Isso?

A pressão negativa sobre o minério de ferro tem ocorrido por conta de restrições impostas pelo governo chinês à produção de aço no país, sobretaxando as exportações.

Um dos principais objetivos dessas restrições é um maior controle sobre os preços e a inflação pelo governo da China, além de possuir cunho de impactos ambientais também, já que o país tem como meta zerar as emissões de carbono até 2060 e o mercado de mineração e siderurgia corresponde a cerca de 15% a 20% das emissões.

O episódio da Evergrande só agravou essa situação. A empresa é a segunda maior incorporadora da China e com US$ 305 bilhões em passivos, a possibilidade de um calote gerou grande aversão ao risco.

Um acontecimento desses na China impacta diretamente a demanda por commodities metálicas nos países produtores, como é o caso do Brasil. A Vale (VALE3) tem no setor siderúrgico chinês o principal cliente para seu minério de ferro. Não por acaso, as ações da mineradora caíram 3,3% na segunda-feira e fecharam a R$ 83,31, menor cotação desde dezembro de 2020.

Porém, após dez sessões oscilando entre baixas e estabilidade, os preços do minério de ferro voltaram a subir nesta quarta-feira, retomando o patamar de US$ 100 por tonelada.

O minério com teor de 62% de pureza subiu 16,8% no porto de Qingdao, para US$ 108,70 por tonelada, reduzindo as perdas do mês a 29,3%, refletindo o alívio dos mercados em relação à crise da Evergrande, que chegou a anunciar um acordo com um de seus credores.

Além disso, há rumores de que o governo chinês pretende reestruturar a Evergrande, tornando ela uma estatal. O banco central da China injetou 120 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 18,5 bilhões) na economia do país, sendo este o maior valor desde o início do ano.

Os movimentos se refletiram no arrefecimento da forte aversão global ao risco observado no início da semana, levando as bolsas mundiais a fecharem em alta.

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Leia também: A Evergrande não é tão grande.

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