Foi realizado nesta segunda-feira (29) o Vale Day, encontro anual com investidores da Bolsa de Nova York, sendo o primeiro presencial após a pandemia. No evento, a Vale (VALE3) divulgou projeções para a companhia para os próximos anos.
A Vale divulgou metas ESG, revelando a meta de reduzir a pobreza nos países em que atua até 2030, devendo aplicar cerca de US$ 200 milhões de dólares na iniciativa.
Para isso, o foco da companhia será programas de geração de renda, educação e saúde em áreas urbanas e rurais. Segundo a companhia, os investimentos em ESG possibilitam a criação de uma base firme para o crescimento sustentável da empresa, melhorando ainda a percepção de risco que a companhia passou a enfrentar após as tragédias de Brumadinho (MG) e Mariana (MG).
A companhia espera que sua produção de minério de ferro fique entre 315 e 320 milhões de toneladas em 2021, representando uma leve redução em relação à estimativa anterior em 3 de novembro de 315 a 335 milhões de toneladas.
Já o guidance da produção de minério para 2022 ficou entre 320 e 335 milhões de toneladas, representando um aumento das estimativas. A projeção de capex da Vale é de US$ 5,8 bilhões em 2022 e de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões na média dos próximos anos. Já a produção de níquel deve atingir cerca de 175 a 190 mil toneladas em 2022 e 2023 e após 2024, a companhia estima que deve ficar em 200 mil toneladas. A produção de cobre deve ficar entre 330 e 335 milhões de toneladas em 2022.
O custo caixa C1 dos finos de minério de ferro sem considerar compra de terceiros deverá ter uma redução dos atuais US$ 17 por tonelada para US$ 15,5 – US$ 16 por tonelada em 2023, por conta da diluição de custos fixos e eficiência em custos, podendo chegar ainda a US$ 14 – US$ 15 com uma produção de 400 Mtpa, o que aumenta ainda mais a diluição e eficiência em custos.
Com essa redução e outras medidas, o Ebitda break-even deve sair de US$ 45 por tonelada em 2021 para US$ 35 com a produção de 400 Mtpa, podendo chegar ainda em torno de US$ 30 por tonelada em um cenário bem otimista.
Na eficiência de custos, a Vale espera ter uma redução de US$ 1 bilhão em um prazo de 12 a 24 meses. Tal redução será atingida com ganhos de produtividade, como a remoção de ineficiências, melhor planejamento e incorporação de soluções digitais, assim como um redesenho organizacional, a deixando mais enxuta.
As previsões levam a um Ebitda esperado em 2023 variando entre US$ 16,5 bilhões e US$ 24 bilhões, dependendo do preço do minério de ferro no mercado.
Ademais, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse que o mercado de minério de ferro vive um ruído de curto prazo por conta da China, mas que deve alcançar um equilíbrio relativo a partir do segundo trimestre de 2022, após o encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim em fevereiro.
Ainda segundo Bartolomeo, a China segurou o crescimento para não superaquecer a economia, para bater a meta de energia e controle de poluição até os Jogos Olímpicos.
A Vale não enxerga a China com crescimento negativo no ano que vem, produzindo menos de 1 bilhão de toneladas de aço em 2022, principalmente levando em conta o fato de que o gigante asiático quer levar mais de 400 milhões de pessoas para centros urbanos, o que demandará investimentos e infraestrutura, aço e minério.
E Eu Com Isso?
Vemos as iniciativas da Vale como positivas, tanto em seus projetos ESG como projetos para aumentar sua capacidade produtiva no longo prazo.
Os investimentos em ESG ajudam a melhorar a imagem da companhia, muito prejudicada pelos dois desastres ocorridos recentemente.
Segundo a companhia, 7 barragens a montante foram eliminadas desde 2019, restando ainda 23, com previsão de conclusão em 2035. Tais medidas ajudam a reduzir o risco de novos acidentes.
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