Duas notícias nos Estados Unidos devem levar os investidores a realizar um recálculo dos riscos nesta terça-feira. A primeira foi a suspensão, pela Food and Drug Adminstration (FDA, órgão americano semelhante à Anvisa), do uso da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson. A FDA tomou a decisão “por excesso de cautela” depois que seis mulheres nos Estados Unidos tiveram problemas de coagulação do sangue. Os casos foram registrados com pacientes com idades entre 18 e 48 anos e os sintomas se desenvolvendo de seis a 13 dias após terem recebido a injeção. Apesar de a própria FDA ter afirmado que “esses eventos adversos parecem ser extremamente raros”, a notícia coloca em xeque a possibilidade de a Johnson & Johnson entregar 100 milhões de doses da vacina nos Estados Unidos até o fim de maio, como prometido pela empresa.
A segunda notícia foi a alta da inflação ao consumidor nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de março avançou 0,6 por cento, elevando a inflação em 12 meses para 2,60 por cento. Esse resultado veio bem acima das expectativas, que eram de um aumento de preços da ordem de 0,5 por cento no mês passado. Segundo as autoridades americanas, a alta dos preços dos combustíveis pressionou os preços.
A variação da inflação já está pressionando os títulos do Tesouro americano de dez anos, cuja taxa avançou para 1,68 por cento ao ano na manhã da terça-feira. O que preocupa os investidores são as reiteradas declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que a autoridade monetária será complacente com a inflação para não abreviar nem interromper o processo de recuperação econômica.
No entanto, a alta dos preços nos Estados Unidos pode pressionar o rendimento dos títulos do Tesouro, alterando o fluxo de recursos para países emergentes e desenvolvidos. Por isso, a sessão desta terça-feira deverá ser marcada por uma forte volatilidade, enquanto os investidores digerem a notícia e refazem seus cálculos de risco e de retorno.
Indicadores econômicos
As vendas no varejo retornaram ao patamar anterior à pandemia. Em fevereiro, as vendas no varejo cresceram 0,6 por cento. As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Instituto, o varejo está no mesmo patamar de setembro de 2020 e 0,4 por cento acima do nível de fevereiro de 2020, último mês anterior à pandemia. As vendas haviam caído em dezembro e em janeiro devido à retirada do auxílio emergencial e à volta às aulas, que reduziram a renda disponível, mas a situação caminhou para a normalização em fevereiro, informou o IBGE.
E Eu Com Isso?
As notícias de inflação e de suspensão da vacina da Johnson & Johnson estão pressionando os contratos futuro do índice americano S&P 500, ao passo que a incerteza com relação à instalação da CPI pressiona os contratos futuros de Ibovespa. Com isso, a perspectiva é negativa para o mercado, em um cenário de volatilidade.
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