Rumores e fofocas – a novela das taxas de juros
Na semana passada observamos uma ausência de sinais de robustez econômica. Os mercados se tornam voláteis, movem bruscamente e reagem a qualquer conversê ou faniquito. Pois bem. ontem o presidente americano, Donald Trump, sacudiu as bolsas internacionais. Disse que conversou ao telefone com seu contrapeso chinês, e marcou uma sentada no próximo encontro do G20. Para quem não sabe, o G20 é o grupo das vinte maiores economias do mundo. Dessa forma, nenhum lugar melhor para apaziguar a guerra comercial entre os dois países. Bolsas sobem.
Enquanto isso, do outro lado do atlântico, Mário Draghi, presidente do banco central europeu, declarava que a manutenção da política de taxas de juros baixas, e talvez até negativas, parece ser a melhor prescrição para a apatia econômica do continente europeu. Dólar sobe.
Trump, ao ler sobre Draghi, tuitou: Draghi acaba de anunciar mais estímulo monetário para a Europa, o que dá vantagem ao continente e torna desleal a concorrência comercial com os EUA. Dólar desce.
E nesse disse-me-disse, na ausência de qualquer catalisador para uma retomada de crescimento da economia mundial, caminha à sorte de biruta os mercados financeiros, ao sabor dos ventos e reflexos pavlovianos de investidores atordoados por sinais contraditórios.
E Eu Com Isso?
O FED, banco central norte-americano, anunciará hoje as expectativas para as taxas de juros do país. O anúnio deve ser feito junto com as pautas da reunião de seu conselho. Assim, as pressões de Trump para que as taxas se mantenham baixas e o dólar desvalorizado podem levar o FED, que é independente, a manter a posição atual, de manter baixos ou reduzir os juros. É o que espera o mercado. Caso antagonize esta expectativa, poderemos ver movimentos bruscos e negativos nas bolsas. Desse modo, ficaremos de olho.