Aeroportos - E Eu Com Isso - Levante

Sucesso na infraestrutura

Contra dinheiro não há argumentos. Foi um sucesso o primeiro dia da Infra Week. O apelido foi dado aos três dias seguidos de leilões de concessões da infraestrutura, que começaram na quarta-feira (07). Foram leiloadas concessões de 22 aeroportos em todo o Brasil, que eram operados pela estatal Infraero. O valor movimentado superou 3,3 bilhões de reais e os ágios foram muito elevados.

Os terminais aeroportuários estavam divididos em três blocos, Sul, Norte e Central. No bloco Sul, cujo preço mínimo era de 130,2 milhões de reais, estavam os aeroportos de Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina e Bacacheri no Paraná, os de Navegantes e Joinville em Santa Catarina e os de Pelotas, Uruguaiana e Bagé no Rio Grande do Sul.

No bloco Central estavam os aeroportos de Goiânia, Teresina, Palmas, São Luís e Imperatriz, no Maranhão, e Petrolina, em Pernambuco. O valor era de 8,1 milhões de reais. E no bloco Norte estavam os aeroportos de Manaus, Tabatinga e Tefé, no Amazonas, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre, Porto Velho e Boa Vista. O lance mínimo havia sido estipulado em 47,9 milhões de reais.

Os resultados surpreenderam. A Companhia de Participações em Concessões, parte do grupo CCR (CCRO3) arrematou o bloco Sul por 2,1 bilhões de reais, ágio de 1.534 por cento, e adquiriu o lote Central por 754 milhões de reais, ágio de 9.156 por cento (LEIA MAIS ABAIXO). Quem levou o bloco Norte foi a empresa francesa Vinci Airports, que administra, entre outros, o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Ela pagou 420 milhões de reais, ágio de 777 por cento ante o preço mínimo.

Vamos fazer as contas? O governo ofereceu 22 aeroportos por 186,2 MILHÕES de reais. Levou 3,27 BILHÕES de reais (aqui vale a pena colocar as maiúsculas para frisar a diferença). Na ponta do lápis, um ágio médio de 1.658 por cento. Ou, dizendo a mesma coisa de outra maneira: para a iniciativa privada, a infraestrutura brasileira vale 17 vezes mais do que a estimativa do governo. E, pelas regras dos leilões, ao longo dos próximos 30 anos esses aeroportos deverão receber mais de 6 bilhões de reais em investimentos.

Em qualquer latitude e estação do ano, um ágio de 1.658 por cento indica que alguém errou feio nas contas. O vendedor pode ter sido conservador demais. Ou o comprador pode ter sido excessivamente otimista. Nesse segundo caso, o problema ficará com os acionistas da CCR e da Vinci. Porém, vamos dar a eles o benefício da dúvida e considerar que seus executivos sabiam o que estavam fazendo. Que conclusão podemos tirar disso?

A principal é que, visto de fora e no longo prazo, o Brasil ainda é um lugar com grande potencial de investimento. Repetindo: no longo prazo. Nos próximos meses, a economia e os resultados das empresas vão estar sujeitos a trancos e solavancos devido às incertezas da pandemia e às indefinições da política. Porém (de novo), no longo prazo, o Brasil é um paraíso para os investidores em infraestrutura.

Vamos voltar rapidamente no tempo, para o início da década passada. Uma leve melhora na renda do brasileiro tornou os aeroportos intransitáveis. As pessoas gostam de viajar. Quando for possível superar o medo da pandemia e sair de casa, é bastante provável que os aeroportos voltem a ficar superlotados. Isso entrou nos cálculos de quem investiu neles.

O mesmo raciocínio vale para rodovias, ferrovias e portos. Quem mora em São Paulo sabe que feriados são momentos tenebrosos nas estradas. Porém, mesmo em dias úteis, as vias mal comportam o tráfego de caminhões. Se, por uma intervenção divina, a malha rodoviária brasileira fosse duplicada milagrosamente em uma noite, ainda assim não haveria estradas ociosas. Assim, o resultado da venda dos aeroportos confirma: para quem não tem pressa e sabe fazer contas, o Brasil é um excelente local para se investir.

Ata do Fed

Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) divulgou a Ata da mais recente reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano. O documento confirmou as expectativas dos investidores, de que o Fed vai manter os juros baixos e os estímulos à economia, e que só vai alterar essas diretrizes quando houver sinais efetivos de que a economia e a inflação estão subindo. Ou seja, em vez de operar com base em prognósticos, o Fed quer esperar para ver. A notícia afastou a hipótese de uma possível alta dos juros, mas colocou a inflação novamente no topo da lista de assuntos a serem monitorados com cuidado.

E Eu Com Isso?

A quinta-feira começa com uma leve alta nos contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500, devido às perspectivas de crescimento mais forte da economia americana e à melhora de humor provocada pelos bons resultados do leilão de infraestrutura. Os investidores não deram muita atenção às declarações do presidente Jair Bolsonaro, que criticou o reajuste de 39 por cento do gás pela Petrobras, considerado por ele “inadmissível”, o que coloca no radar novas intervenções governamentais na estatal.

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Leia mais: O brilho da infraestrutura.

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