Assim como o Brasil, outros países estão aderindo a uma política de mistura de etanol à gasolina como forma de reduzir as emissões de carbono na atmosfera. A Índia antecipou sua meta de misturar 20% de etanol na gasolina até 2025, um grande aumento contra os 10% atuais. No Brasil, essa mistura atualmente é de 27%.
Tal aumento na demanda pelo biocombustível está tirando açúcar do mercado, visto que as usinas regulam seu mix de produção aumentando ou diminuindo a produção de açúcar ou etanol. Devido a mudança do mix para mais etanol, o açúcar acabou tendo uma redução na oferta nos dois principais produtores mundiais da commodity (Brasil e Índia).
Apesar de novos projetos para aumentar a oferta do produto serem possíveis, assim como a Tailândia tendo uma maior relevância no comércio global, estima-se que a demanda deve crescer mais rápido que a oferta, mantendo os preços estruturalmente em patamares mais elevados.
Apesar dessa expectativa, ainda não se sabe ao certo o impacto que a nova variante do Covid pode ter na demanda do açúcar, e o quanto uma melhora na produtividade agrícola da cana pode adicionar na oferta do produto. Lembrando que o Brasil, principal produtor mundial, teve problemas climáticos nesta safra, o que reduziu consideravelmente sua produtividade.
E Eu Com Isso?
Essa mudança estrutural na mistura do etanol na Índia eleva os preços e é favorável para as empresas do setor sucroenergético brasileiro, como Raízen (RAIZ4, líder do setor), São Martinho (SMTO3) e Jalles Machado (JALL3), além de produtores de cana, como a BrasilAgro (AGRO3).
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