Mesmo com a redução das atividades nos mercados em geral devido ao feriado americano do Dia de Ação de Graças, a semana está se encerrando agitada nas criptomoedas. Duas notícias preocuparam os investidores.
Uma delas veio da África do Sul, que divulgou a descoberta de uma nova variante do coronavírus, a B.1.1.529. Segundo cientistas sul-africanos, a nova variedade apresenta mais de 30 mutações na proteína spike.
Complicou?
Explicando de maneira simples. Um vírus contamina um organismo invadindo ou se fixando às suas células. Essa fixação é feita pelo vírus por meio de uma “ponta” de proteína, denominada spike, que se liga à membrana exterior da célula. Tudo isso é microscópico, e ocorre por meio de ligações bioquímicas. Quanto mais versátil o spike, mais fácil para o vírus se ligar às células.
Assim, a B.1.1.529 pode ser muito mais contagiosa que a variante Delta, que provocou solavancos nos mercados há alguns meses pelo temor amplificado de novos surtos da Covid-19.
Foi isso o que ocorreu no mercado de criptomoedas. O receio do impacto de uma variante do coronavírus mais perigosa que a Delta derrubou os preços e afetou o Bitcoin ainda durante a noite da quinta-feira (25).
Cotada a US$ 59 mil, a criptomoeda mais conhecida viu suas cotações recuarem durante a madrugada. A queda prosseguiu nesta manhã para US$ 53,7 mil, menor cotação desde 7 de outubro e uma queda de quase 9% no dia.
Apesar de acumular uma alta de 85% no ano, as cotações do Bitcoin estão quase 21% abaixo do pico de US$ 67,7 mil registrado no início de novembro. Para amplificar ainda mais a volatilidade, nesta sexta-feira vencem opções em várias corretoras (“exchanges”) desregulamentadas.
Como essas corretoras não têm uma estrutura de liquidação de negócios unificada, não há dados precisos sobre o tamanho das posições em aberto.
No entanto, a estimativa é que o valor de face dos criptoativos cobertos por essas opções pode chegar a US$ 3 bilhões. E um solavanco tão intenso e imprevisível exatamente no dia do vencimento tende a amplificar os movimentos tanto de alta quanto de baixa.
No geral, os investidores se mostram céticos. O Índice de Medo e Cobiça (Fear & Greed Index), que mostra o sentimento dos participantes do mercado, tem apresentado fortes oscilações. Esse índice vai de 0 a 100. Quanto mais elevado o número, maior a Cobiça, ou seja, a intenção de compra, e mais provável a alta das cotações.
Na sexta-feira ele estava em 47 pontos, indicando um cenário neutro. No entanto, na véspera eram 32 pontos, indicando Medo. Uma guinada drástica ante aos 73 pontos de novembro, totalmente no terreno da Cobiça.
A posição neutra do índice indica que o mercado ainda deverá apresentar alguns solavancos antes de iniciar sua próxima onda de valorização. Porque não há dúvidas que esses movimentos são temporários.
No longo prazo, a crescente interrelação entre criptoativos e a economia real justifica uma valorização sustentada das criptomoedas. E não se esqueça de acompanhar as análises sempre precisas da Fernanda Guardian, especialista em criptomoedas da Levante Ideias de Investimentos.
E Eu Com Isso?
A sexta-feira começa com os contratos futuros do Ibovespa em forte queda devido às notícias negativas do mercado internacional, com o possível recrudescimento da Covid-19 devido à variante sul-africana. O movimento de baixa é amplificado pela liquidez reduzida no mercado internacional.
As notícias são negativas para a Bolsa.
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