O Banco Santander Brasil divulgou nesta terça-feira (27), antes da abertura de mercado, o seu resultado do terceiro trimestre de 2020.
O lucro líquido atingiu 3,811 bilhões de reais no trimestre, com retorno sobre capital próprio (ROE) foi de 21,2 por cento, voltando aos patamares vistos pré COVID 19.
Não houve provisão extraordinária para devedores duvidosos (PDD) que afetou o resultado do segundo trimestre de 2020 (3,2 bilhões de reais). Assim, o custo do crédito foi reduzido para 2,6 por cento da carteira de crédito no trimestre (3,4 por cento no 3T19).
A carteira de crédito atingiu 397,4 bilhões de reais, alta de 3,8 por cento comparada com o trimestre anterior e expansão de 19,8 por cento no agregado de nove meses de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. O crescimento foi positivamente impactado em todos os segmentos, mas pequenas e média empresas apresentou o maior crescimento, 14,6 por cento no trimestre para 53,3 bilhões de reais (aumento de 40,5 por cento em nove meses).
Outro destaque positivo foi o crescimento de 15,7 por cento na receita de tarifas no trimestre, uma forte melhora considerando a queda de 8,5 por cento vista no trimestre passado, mesmo assim, na comparação anual dos primeiros nove meses do ano, essa receita apresenta queda de 4,0 por cento.
A inadimplência acima de 90 dias foi de 2,1 por cento, uma queda de 0,3 pontos percentuais tanto na comparação anual como trimestral.
No lado negativo, destaque para o crescimento de 3,6 por cento nas despesas operacionais no trimestre, com aumento de 1,2 por cento no acumulado do período dos últimos 12 meses.
De forma geral, o resultado do Santander Brasil, terceiro maior banco privado do país, veio um pouco acima do esperado, com a redução do custo de crédito, sem PDD complementares, com recuperação de rentabilidade medido pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).
O Santander manteve um bom ritmo no crescimento da sua carteira de crédito, especialmente pequenas e médias empresas, esse trimestre houve uma queda em sua margem financeira bruta 8,7 por cento comparando com o trimestre anterior, porém nos nove meses deste ano mantém um sólido crescimento de 9,6 por cento
Por outro lado, o banco Santander Brasil continua a sofrer com o aumento da concorrência de fintechs, corretoras e bancos digitais, umas das principais razões para a redução na sua receita de tarifas e serviços no acumulado de 9 meses.
A divisão de cartões e adquirência (Getnet) que enfrenta a “guerra das maquininhas” apresentou queda de 12,2 por cento na receita nos primeiros nove meses de 2020, comparando com o mesmo período do ano passado.
Outro ponto que chamou a atenção foram as despesas administrativas: crescimento de 5,4 por cento em relação ao segundo trimestre de 2020.
Por último, o índice de Basileia de melhor qualidade (CET1) continua em um patamar confortável de 14,9 por cento, mostrando a eficiência na alocação de capital ponderada pelo risco e sem a futura necessidade de aumento de capital, o que implicaria em diluição dos acionistas e menor ROE.
Os principais riscos para as ações do banco Santander Brasil são:
i) aumento da concorrência;
ii) open banking e novo sistema de pagamentos PIX e; iii) possível aumento de impostos a ser discutido no Congresso.
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