Como de praxe, os grandes bancos irão abrir a temporada de resultados trimestrais nos Estados Unidos. Já nesta sexta-feira, (15) JP Morgan Chase (JPM), Citigroup (C) e Wells Fargo (WFC) divulgam seus números do 4T20, bem como seus relatórios anuais.
Lá fora, é quase um consenso que o pior para os grandes bancos já passou, e o começo de 2021 poderá ser uma espécie de “virada de página” para estas companhias e suas ações, dando continuidade ao rally setorial iniciado em novembro passado.
A combinação de juros nas mínimas históricas, crise econômica derivada da pandemia e o aumento da regulação no setor devastaram a performance das ações no ano passado. Contudo, ventos favoráveis começaram a soprar nas últimas semanas.
O FED voltou a permitir a recompra de ações; as taxas do tesouro americano tiveram alta com a “blue wave”, o que tende a favorecer as margens financeiras; o número de ofertas públicas iniciais (IPO) foram substanciais no 4T20 e tudo indica que o aumento no volume das negociações no mercado financeiro gerará boa receita para as instituições.
E Eu Com Isso?
O cenário é bem diferente para o setor de bancos nos EUA em 2021. Não obstante, o mercado “ajustou as velas” e voltou a se posicionar nas ações. Neste começo de ano, o desempenho do ETF financeiro que acompanhamos é de 3,25 por cento, consideravelmente acima dos 1,5 por cento do índice Dow Jones.
Nós acreditamos que este movimento pode vigorar, principalmente se os resultados do 4T20 vierem sólidos, conforme esperado pelo mercado.
Ademais, estamos “alinhados” ao mercado neste momento, e esperamos uma dinâmica bem diferente da do último ano, quando os preços das ações de bancos foram amassados de maneira desproporcional.
As expectativas mais otimistas sugerem, ainda, que haverá reversões nos valores provisionados durante o ano passado, à medida em que os modelos indicam uma inadimplência futura consideravelmente menor do que a esperada no início da crise.
O número de ofertas públicas foi expressivo no 4T20, com mais de 150 IPOs. Além disso, o aumento na liquidez sugere que as receitas com corretagens podem ajudar na compensação com o negócio de crédito. Neste campo, o “macro” ficou pior nos últimos meses de 20 para os bancos. Os dados de emprego decepcionaram. Importante ressaltar que a segunda onda foi e está sendo forte no país, e é natural que haja redução no ritmo da recuperação com o problema ainda não endereçado pela vacinação em massa.