O Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou o resultado do segundo trimestre de 2021, nesta segunda-feira (2), após o fechamento do mercado. O resultado foi bom, levemente acima do esperado pelo mercado, com destaque para o crescimento do lucro e da rentabilidade (ROE) de 18,9%.
O lucro líquido ajustado da companhia atingiu R$ 6,54 bilhões, aumento de 2,3% em relação ao último trimestre e 55,6% maior que o resultado apresentado no segundo trimestre de 2020.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 18,9% no trimestre, uma melhora em relação ao 2T20 (13,5%) e ao 1T21 (18,5%).
O indicador caiu muito no 1T20, atingindo 12,8% e mostrou uma evolução gradual em todos os trimestres subsequentes, mas ainda abaixo do ROE visto em 4T19 de 23,7%, pré-pandemia.
Além disso, a carteira de crédito ficou praticamente estável em relação ao trimestre anterior e atingiu R$ 909,1 bilhões, um crescimento de 12,0% na comparação com o 2T20.
A inadimplência acima de 90 dias se manteve estável em 2,3%, apesar dessa estabilidade ser positiva, é importante notar que o prazo de diversos empréstimos foi prorrogado, desta forma é possível vermos uma deterioração deste número no segundo semestre.
As provisões para créditos de liquidação duvidosa (mais conhecida como PDD) tiveram um aumento de 9,0% em relação ao 1T21, atingindo R$ 4,8 bilhões, contribuindo para o aumento de 14,1% do custo de crédito no mesmo período.
Os gastos com este tipo de provisão foram muito inferiores aos vistos no 2T20, quando todos os bancos tiveram que realizar provisões extraordinárias devido à crise do Covid19.
Ademais, a margem financeira, diferença entre os juros que são cobrados nos empréstimos realizados pelo banco e os juros pagos pelo banco em suas captações, do banco cresceu 0,8% em relação ao trimestre anterior e 5,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, alcançando R$ 18,8 bilhões. O número foi positivamente impactado pelo aumento no volume de crédito.
E Eu Com Isso?
Os números apresentados pelo Itaú vieram bons, levemente acima da expectativa do mercado e com tendências semelhantes às observadas no resultado do Santander (SANB11) apresentado na semana anterior.
Dessa forma, esperamos impacto positivo nas ações do banco (ITUB4) no curto-prazo.
Além dos números do trimestre, o banco também revisou para cima algumas linhas de suas projeções para o resultado de 2021, algo que também deve trazer impacto positivo para as ações da companhia.
O banco elevou sua projeção de crescimento da carteira de crédito, margem financeira com o mercado e diminuição do custo de crédito esperado.
Um dos pontos a se destacar do resultado foi o crescimento da receita de serviços, o Itaú obteve um aumento de 18,9% em relação ao 2T20 e 4,4% em relação ao trimestre anterior, atingindo R$ 10,0 bilhões.
A competição no setor vem sendo debatida há bastante tempo e sendo incentivada pelos órgãos reguladores, principalmente com a entrada das fintechs e bancos digitais.
Enquanto outros players, como o Bradesco (BBDC4), tentam criar um banco digital separadamente, o Itaú investe em se tornar mais ágil e operar de maneira mais parecida com as fintechs.
Com o avanço no cronograma do open banking, as instituições financeiras mais estabelecidas, em especial os adquirentes, têm seu lucro mais ameaçado, uma vez que o compartilhamento dos dados beneficia os novos entrantes, que antes tinham poucas informações.
No entanto, o novo ambiente também se mostra uma oportunidade para que os grandes bancos possam utilizar sua inteligência de dados para concessão de crédito para expandir sua oferta para além de seus clientes.
Portanto, podemos entender este novo cenário tanto como uma ameaça quanto uma oportunidade para o banco.
Entre os principais catalisadores para as ações do Itaú (ITUB4) estão:
i) retomada mais acelerada da economia brasileira com a vacinação e;
ii) conclusão do processo de cisão com a XP, que foi aprovada em 31 de Maio e deve ocorrer até o final de setembro deste ano.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—