A Via Varejo (VVAR3) apresentou nesta quarta-feira (11), após o fechamento do mercado, o seu resultado do terceiro trimestre de 2020. O resultado veio bom e acima do esperado nas linhas de vendas brutas totais (GMV), receita líquida e Ebitda.
Os principais destaques positivos foram: i) crescimento das vendas brutas totais (GMV) acima do esperado, o que impulsionou o crescimento na linha de receita líquida; ii) margens operacionais (Ebit/Ebitda) e líquida acima das expectativas e iii) boa recuperação do varejo físico, com indicador de Vendas Mesmas Lojas já positivo no trimestre.
A única linha um pouco abaixo do esperado foi o de crescimento das vendas do marketplace (3P), que no trimestre avançou “apenas” 83,4 por cento.
As vendas brutas totais (GMV) foram de 10,04 bilhões de reais, 43 por cento a mais que no mesmo período de 2019.
A receita líquida foi de 7,8 bilhões de reais, aumento de 37,3 por cento na comparação anual.
Enquanto isso o Ebitda, métrica utilizada para medir o potencial de geração de caixa da companhia e ajustada por itens não recorrentes foi de 627 milhões de reais, aumentou 106 por cento na comparação anual. A margem Ebitda subiu de 5,4 por cento no 3T19 para 8 por cento neste trimestre.
Por fim o lucro líquido ajustado por não-recorrentes foi de 100 milhões de reais, revertendo o prejuízo de 208 milhões de reais obtidos no 3T19.
O resultado da Via Varejo foi bom e superior às expectativas do mercado. Em condições normais, esperaríamos um impacto bastante positivo no preço das ações VVAR3. Porém, acreditamos que o movimento na véspera da divulgação (valorização de 5,6 por cento contra queda de 0,2 por cento no Ibovespa) deve limitar o potencial de valorização no preço das ações no curto prazo.
Assim como no resultado do Magazine Luiza, o grande destaque foi o crescimento das vendas brutas (GMV) e receita líquida.
Para Via Varejo, destacamos o desempenho do varejo digital direto (1P, que corresponde a venda de produtos do estoque da própria VVAR), das lojas físicas e do marketplace (3P), nesta ordem.
No varejo digital direto (1P), o crescimento das vendas foi de incríveis 294 por cento, enquanto do marketplace (3P), o crescimento foi mais modesto, de 83,4 por cento. A Via Varejo segue com a operação neste canal mais incipiente que as das concorrentes.
Importante mencionar que a penetração do comércio eletrônico no GMV passou de 18,5 por cento no 3T19 para 41 por cento neste trimestre, materializando o sucesso no seu turnaround e na sua estratégia de digitalizar a companhia até o momento.
No varejo físico, o indicador de Vendas Mesmas Lojas, que expurga as lojas abertas da comparação apresentou crescimento de 4,3 por cento, mesmo com todas as restrições ainda em vigor devido a pandemia. Algumas unidades ficaram fechadas em parte do trimestre e, ajustando o indicador pelo período mesmos dias o crescimento foi de 12,8 por cento na comparação com o 3T19.
As despesas operacionais e financeiras têm pesado cada vez menos no resultado da varejista, aumentando o seu potencial de extração de resultados a partir da receita (margens). Com margens maiores, reversão dos prejuízos e alguma geração de caixa, acreditamos que a Via Varejo pode “galgar” um desconto menor para Magazine Luiza.
No ano as ações do Magazine Luiza (MGLU3) sobem 114,8 por cento, enquanto as da Via Varejo (VVAR3), 68,7 por cento. O Ibovespa recua 9,4 por cento no mesmo período.
Os principais catalisadores das ações da Via Varejo são: i) a retomada definitiva do varejo físico; ii) seu desempenho operacional na Black Friday; iii) o desempenho das vendas após findar o auxílio emergencial e iv) geração de caixa operacional positiva nos próximos exercícios.
–
* Este conteúdo faz parte do nosso boletim diário: ‘E Eu Com Isso?’. Todos os dias, o time de analistas da Levante prepara as notícias e análises que impactam seus investimentos. Clique aqui para receber informações sobre o mercado financeiro em primeira mão.