A Johnson & Johnson (JNJ) apresentou, nesta terça-feira (19), antes da abertura dos mercados, os seus resultados do terceiro trimestre de 2021. Os números vieram mistos, com uma receita um pouco abaixo, mas lucro por ação e a revisão do seu guidance (projeção) do 4T21 para cima como bons contrapontos.
A receita líquida totalizou US$ 23,38 bilhões, crescimento operacional ajustado de 10,6% ano contra ano, mas um pouco abaixo do estimado, que era na casa dos US$ 23,65 bilhões.
Geograficamente, o resultado foi um pouco mais forte no “Resto do Mundo” (negócios fora dos EUA), com crescimento de 13,5% contra 8% nos Estados Unidos.
Ademais, na análise por segmento, destaque para mais um forte trimestre do Farmacêutico. A vacina contra a Covid gerou US$ 502 milhões em receitas no 3T21.
Avanço nas margens: a margem bruta, cujo cálculo leva em consideração os custos diretamente envolvidos no processo de produção dos bens, aumentou de 66,9% para 68,9% na comparação anual.
Já a margem líquida, cuja abrangência é não apenas todos os custos como também as despesas, resultado financeiro e os impostos, fechou o trimestre em 29,9%, 2,1 pontos percentuais a mais que no mesmo período de 2020.
Ambos cálculos levam em consideração os ajustes pertinentes (despesas não-recorrentes, ajustes por aquisições e desinvestimentos, etc) ocorridos no período.
Por fim, o lucro por ação ajustado foi de US$ 2,60, aumento de 418,2% na comparação anual e acima das expectativas, que giravam em torno dos US$ 2,35.
E Eu Com Isso?
O resultado da Johnson foi misto: receita um pouco abaixo das expectativas (cerca de 1,3% abaixo), mas lucro por ação e revisão de guidance positivas. Como o mercado “paga prêmio” por crescimento de receita, acreditamos que a interpretação mais negativa deve prevalecer.
Acreditamos em uma queda no preço das ações JNJ no curto prazo.
Na nossa interpretação, as margens vieram boas, mas nada muito empolgante. A margem bruta avançou por conta das taxas de crescimento do farmacêutico, que vai período após período ganhando maior relevância no mix de negócios e opera com margens mais elevadas.
Além disso, a margem pré-impostos (EBT) veio em linha com o mesmo período do ano passado. Portanto, o avanço na margem líquida foi devido a uma alíquota efetiva de IR abaixo da típica.
O ponto positivo do resultado foi a revisão do guidance (projeção) dos resultados para o ano com premissas mais otimistas.
Além da revisão de receitas, foi revista a previsão para margem operacional, resultado financeiro e consequentemente o lucro por ação.
A despeito do resultado regular, a Johnson segue financeiramente e operacionalmente bem posicionada. A companhia segue ostentando elevado retorno sobre o capital investido, geração de caixa extremamente robusta e distribuição de proventos aos acionistas por meio de dividendos e recompra de ações.
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