Na noite da terça-feira (02), a Cielo (CIEL3), maior empresa de adquirência do Brasil em market share, divulgou seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2021, após o fechamento do mercado. Assim como foi visto nos últimos trimestres, a tendência de recuperação do crescimento da empresa teve continuidade reforçada nos resultados divulgados. Os destaques positivos foram novamente a Cateno e o controle de despesas.
O volume total das transações no 4T21 apresentou um aumento em relação ao ano passado, somando R$ 208 bilhões, volume 9,3% maior do que no último trimestre de 2020. Com isso, o ano de 2021 teve um acréscimo de 10,8% no faturamento total, quando comparado com o ano de 2020, tendo sido superior nominalmente em todos os trimestres.
Por sua vez, o mix de transações capturadas de cartões de crédito, modalidade com maior margem bruta, aumentou 4,2 pontos percentuais em comparação com o 4T21, chegando a 58,6% do volume total de faturamento, equivalente a 7,7% de aumento relativo.
A base ativa de clientes, seguindo o padrão utilizado de no mínimo uma transação nos últimos 90 dias, encerrou o ano em 1,2 milhão de clientes, algo que representou uma queda de 14,2% em relação ao fechamento do ano anterior. A tendência de queda de base já era esperada pela diminuição de novos credenciamentos. Tal fator está atrelado a estratégia para aumento de eficiência financeira da empresa, através de instrumentos como a redução de subsídios para novos terminais no modelo de venda, despriorizando crescimento de base atrelado a baixa rentabilidade individual.
A receita operacional líquida foi de R$ 3,14 bilhões no quarto trimestre, o que representou um aumento de 3,9% quando comparado ao último trimestre de 2020 e 4,4% comparada ao semestre anterior. A empresa conseguiu controlar bem suas despesas, o que resultou em um número em linha com o 4T20.
Em relação à Cateno, subsidiária da Cielo voltada para a gestão de cartões, observou-se uma alta na receita operacional líquida de 19,7% comparada ao quarto trimestre de 2020 e 11,3% em relação ao trimestre anterior. Esse número se traduziu em R$ 227,1 milhões de lucro líquido, recorde histórico da empresa, o que foi 6,1% maior que o quarto trimestre de 2020 e 24,1% maior que o semestre anterior. Vale ressaltar que a Cielo possui 70% de participação na joint venture.
Já o lucro líquido do trimestre fechou em R$ 337 milhões, representando uma alta de 13% em relação ao quarto trimestre de 2020 e de 59% contra o semestre anterior. Excluindo os efeitos não recorrentes, o lucro líquido veio em linha.
E Eu Com Isso?
Os números apresentados pela Cielo foram em linha com o que esperávamos, a companhia continua se esforçando em melhorar seu mix de produtos e clientes e reforçar seus controles de custos que tem surtido efeito.
Apesar disso, a empresa continua tendo desafios na expansão de suas receitas, com crescimento menor do que a indústria e apresentando mais um trimestre de queda em seu revenue yield (receita extraída por volume transacionado). Com isso, esperamos impacto neutro nos preços das ações no curto prazo.
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