O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2021 nesta quinta-feira (06) depois do fechamento do mercado. O resultado foi acima das expectativas, especialmente em termos de lucro líquido e retorno sobre patrimônio líquido (ROE)
O banco apresentou um lucro líquido ajustado de 4,9 bilhões de reais no 1T21, representando um crescimento de 44,7 por cento comparado ao 1T20 e 33 por cento superior ao 4T20. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) foi 15,1 por cento no trimestre, uma melhora de 2,6 pontos percentuais na comparação anual.
A receita de serviços apresentou uma queda de 2,7 por cento em relação ao 4T20 e de 6,9 por cento comparado ao 1T20, atingindo 6,9 bilhões de reais. Já a margem financeira apresentou crescimento expressivo, com alta de 42,1 por cento no trimestre em relação ao 1T20.
O bom resultado de lucro pode ser atribuído, além do forte crescimento da margem financeira líquida (crescimento de 33 por cento em relação ao 4T20), ao controle de despesas operacionais, o banco apresentou uma queda de 4,8 por cento nas despesas administrativas em relação ao 4T20, atingindo 7,7 bilhões de reais.
A carteira de crédito da companhia atingiu 758,3 milhões de reais em março, um crescimento de 4,5 por cento na comparação anual, com destaque para o segmento de empréstimo pessoal que cresceu 12,9 por cento no mesmo período.
Um ponto positivo do resultado foi a queda na inadimplência para 1,95 por cento, uma melhora significativa em relação aos 3,17 por cento apresentados no 1T20, início da pandemia.
E Eu Com Isso?
Apesar dos resultados acima do esperado do Itaú e do Bradesco, houve queda no preço das ações do setor bancário (ITUB4 e BBDC4) nesta semana.
Esperamos um impacto positivo no preço das ações do Banco do Brasil (BBAS3) no curto-prazo, pois o resultado do Banco do Brasil surpreendeu positivamente o mercado e veio acima do esperado.
O BB apresentou um melhor resultado também em suas provisões para devedores duvidosos (PDD), com queda de 54,2 por cento na comparação anual, atingindo 2,5 bilhões de reais. O banco estatal foi o que mais realizou provisões ao longo de todos os trimestres e em função do seu caráter social, é esperado que tenha aprovado mais linhas de crédito para estimular a companhia, algo que pode influenciar negativamente seus resultados no segundo semestre.
Em 2021 as ações do Banco do Brasil sofreram com uma mudança na percepção de risco devido à interferência política do Governo em relação às recentes medidas para ganho de eficiência, que incluíram um programa de demissão voluntária e o fechamento de agências. Após estes atritos, o CEO do banco que havia sido colocado em 2019 para implantar medidas de eficiência renunciou, e o governo escolheu outro nome para o cargo, que por sua vez não agradou o conselho do banco e culminou na renúncia de diversos conselheiros.
Com isso as ações acumulam desvalorização de 23,4 por cento em 2021, refletindo a desconfiança do mercado quanto a independência na gestão do banco.
Acreditamos que os principais catalisadores para as ações do Banco do Brasil passam principalmente por venda de ativos e melhoria de eficiência, ações que conflitam com a popularidade do governo e por sua vez não devem ocorrer no curto prazo considerando o contexto atual.
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