Na noite desta terça-feira (04), o Assaí, antigo braço de atacado do Grupo Pão de Açúcar, apresentou seus resultados do 1T21, após o fechamento de mercado. A companhia foi capaz de dobrar o lucro líquido obtido no 1T20, com estratégia de expansão de lojas e melhoria de margens através do ganho de escala mostrando resultados consistentes.
A receita líquida cresceu 21 por cento na comparação anual, sendo destes, 11,4 por cento de Vendas nas Mesmas Lojas (Same Store Sales – SSS), um excelente número do indicador, compensando a parcela menor do crescimento proveniente de abertura de novas lojas (11,9 por cento da contribuição) e menor circulação de pessoas pelas restrições desencadeadas pela piora do quadro da pandemia no país.
O Ebitda (métrica da geração de caixa) ajustado pelos efeitos não-recorrentes, obteve crescimento de 27,2 por cento, com margem de 6,8 por cento, cerca de 0,3 pontos percentuais acima do 1T20.
O lucro líquido alcançou 240 milhões de reais, contra 113 milhões de reais do 1T20, com margem líquida robusta de 2,5 por cento. O resultado foi possível pela melhora na margem bruta (0,4 pontos percentuais) e um melhor resultado financeiro devido ao menor custo de dívidas e melhor rentabilidade do caixa, devido à forte geração de caixa operacional no período.
E Eu Com Isso?
Os resultados vieram fortes e acima do esperado pelo mercado, mesmo com efeitos negativos da pandemia, que causou inclusive o fechamento de algumas unidades aos fins de semana, prejudicando a linha de receita. A rentabilidade crescente e a forte maturação das lojas (evidenciado pelo indicador SSS) mostra a efetividade do modelo de expansão da companhia.
Esperamos um possível movimento de realização de lucros logo no próximo pregão, devido à alta volatilidade da bolsa e movimento recente de valorização das ações da companhia (alta de 1,26 por cento somente neste último dia de negociação), porém uma perspectiva positiva para daqui em diante, podendo haver uma recuperação no preço das ações (ASAI3) olhando em um horizonte mais adiante.
O Assaí reduziu rapidamente sua alavancagem, passando de 4,01 vezes (1T20) para 1,93 vezes neste trimestre (1,76 vezes no 4T20), na relação Dívida Líquida / Ebitda, terminando o período com posição de caixa de 2,8 bilhões de reais. A geração de caixa operacional da companhia permite financiar as expansões com capital próprio em ritmo acelerado com tranquilidade, além de possuir liquidez o suficiente para cumprir com suas obrigações.
Tipicamente o primeiro trimestre tende a ter um movimento de queima de caixa, sobretudo em processo de expansão forte da companhia, com a empresa necessitando realizar a reposição de estoque em suas lojas para compensar o ritmo forte de vendas de fim de ano, combinado com ritmo de vendas menor. Houve uma queima de caixa em torno de 768 milhões de reais, porém ainda em ritmo menor de consumo que o 1T20, evidenciando novamente a melhora da rentabilidade.
A empresa se apresenta como um caso de empresa de crescimento atípico se comparada à outras empresas categorizadas como tal, com modelo de negócio ainda predominantemente físico, com foco na experiência de compra do cliente in loco e no ganho de eficiência cada vez maior, agregando serviços como açougue dentro de suas lojas, melhorando as margens, mantendo o nível de preços atrativo. Além disso, há o crescimento forte do braço financeiro com a emissão dos cartões de crédito “Passaí”, chegando a 1,35 milhões de cartões emitidos, permitindo os clientes de varejo a comprarem a preços de atacado já na primeira unidade, aumentando a recorrência e mantendo as margens saudáveis.
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