Na noite desta quarta-feira (13), a Suzano, uma das maiores produtoras de celulose do mundo, divulgou seus resultados relativos ao primeiro trimestre de 2021, após o fechamento de mercado. Os resultados vieram fortes e em linha com o esperado, com crescimento de 2 dígitos em relação ao 4T20, tanto em receita líquida total quanto em Ebitda.
Os principais destaques ficam com a geração de caixa operacional 30 por cento superior ao 4T20 e redução da alavancagem financeira (relação Dívida Líquida / Ebitda) para abaixo de 4 vezes, contando com o Ebitda dos últimos 12 meses, além do aumento líquido de caixa em 1,5 bilhão de reais.
A receita líquida cresceu 11 por cento em relação ao trimestre anterior (4T20), alcançando 8,89 bilhões de reais. O volume de vendas total ficou 2 por cento abaixo do trimestre anterior, puxado pela queda de 18 por cento no segmento de papel, porém o preço médio realizado de celulose e papel subiram 16 por cento (523 dólares por tonelada ou 2862 reais por tonelada) e 8 por cento (4.448 reais por tonelada) respectivamente, compensando a queda no volume.
O custo caixa de produção da celulose, excluindo efeitos de manutenção, ficou estável em 623 reais por tonelada de celulose. A diferença do preço médio realizado e custo caixa aumentou novamente, impulsionando as margens e geração de caixa da companhia.
O Ebitda ajustado por efeitos não-recorrentes, ficou em 4,86 bilhões de reais, crescimento de 22 por cento em relação ao 4T20, com margem de 55 por cento, ganho de 6 pontos percentuais em relação ao 1T20.
A Suzano aumentou sua projeção para Capex (investimentos em capital fixo) de 4,9 bilhões para 6,2 bilhões em 2021, com o anúncio de aprovação do projeto Cerrado que deve adicionar cerca de 2,3 milhões de toneladas por ano de capacidade de produção de celulose de fibra curta (cerca de 20 por cento de acréscimo) e irá consumir 1 bilhão de reais no ano de 2021 com projeção de investimento de 14,7 bilhões de reais no total, com previsão de início no primeiro trimestre de 2024.
E Eu Com Isso?
Os preços realizados na venda de celulose ainda não alcançaram todo o seu potencial. Os preços no segundo trimestre continuam subindo e devem finalizar o trimestre próximo de 700 dólares por tonelada na fibra curta. Operacionalmente a empresa segue muito bem e enxergamos o anúncio do projeto Cerrado como positivo, dando início ao investimento em momento de ciclo favorável e ascendente de resultado para a Suzano.
Os resultados vieram em linha com o esperado pelo mercado, que esperava um preço realizado e margens superiores, devido aos anúncios de aumento de preços sequenciais em 2021. Acreditamos que as ações da companhia (SUZB3) terão uma reação levemente negativa no curto prazo, com os resultados fortes, mas em linha com o esperado, além da surpresa do anúncio do projeto Cerrado, que consumirá um montante de caixa adicional relevante para os próximos anos, dando um ritmo mais lento na desalavancagem da companhia, atualmente em 3,9 vezes.
Olhando para um horizonte mais longo de tempo, seguimos bastante positivos com a tese de investimentos na companhia e enxergamos a empresa ainda descontada em relação aos resultados que vêm apresentando.
Com as paradas de manutenção das principais plantas já realizadas no ano de 2020, a Suzano segue produzindo em ritmo forte, o que deve manter o custo caixa de produção em níveis baixos, além de possibilitar maiores embarques para a exportação, gerando um efeito duplo de preço e volume nos próximos resultados.
A geração de caixa ainda deve ser cada vez mais impulsionada positivamente pelos instrumentos de fixação de câmbio via derivativos, que ainda se encontram em patamares abaixo do dólar negociado atualmente, porém vêm subindo trimestre a trimestre e já alcançando uma faixa média de 5,00 a 5,70 reais por dólar e segue aumentando. Além disso do projeto Cerrado deverá gerar um resultado relevante, sobretudo em eficiência de produção, sendo a maior planta em linha única de produção de celulose da companhia, podendo reduzir ainda mais o custo caixa de produção no longo prazo, ampliando a liderança da Suzano neste indicador.
O segmento de papel também segue crescendo gradualmente, agregando mais valor à celulose, com a destinação de parte da produção da commodity para produtos de maior valor agregado e menor volatilidade em termos de rentabilidade.
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