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Resultado do 4T20 da Suzano (SUZB3)

Na noite desta quarta-feira (10), a Suzano (SUZB3) divulgou seus resultados do último trimestre e do consolidado de 2020. O resultado veio forte e acima do esperado em termos de volume vendido de celulose e Ebitda, com redução do nível de endividamento e ganhos de sinergia com a fusão com a Fibria.

Os resultados foram fortes tanto no lado operacional, com a produção crescendo 10 por cento em relação a 2019, quanto nas vendas, que avançaram 12 por cento em volume total no ano, somando-se celulose e papel. Apesar dos preços da celulose no mercado internacional ficarem no patamar de mínimas históricas, a desvalorização cambial do real mais do que compensou esse efeito nos resultados da companhia.

Os principais destaques positivos foram:

i) Crescimento da Receita Líquida no 4T20 de 7 por cento em relação ao trimestre anterior e de 14 por cento em relação ao 4T19, atingindo 8,01 bilhões de reais no período. No consolidado do ano a empresa alcançou 30,46 bilhões de reais, com crescimento forte de 17 por cento na comparação anual.

ii) Forte crescimento do Ebitda (métrica de geração de caixa potencial da companhia) de 61 por cento no 4T20 em relação ao mesmo período de 2019, alcançando 3,965 bilhões de reais no trimestre. Em 2020 a empresa gerou um Ebitda de 14,95 bilhões de reais, uma alta de 39 por cento em relação a 2019, reduzindo a alavancagem financeira, com relação dívida líquida sobre Ebitda consolidado caindo de 5,0 para 4,3 vezes.

iii) Continuação da redução do custo caixa de produção de celulose saindo do patamar de 706 reais por tonelada em 2019 para 640 reais por tonelada no consolidado de 2020, uma redução de 9,3 por cento, apesar da leve alta no 4T20 em relação a 3T20 de 641 para 698 reais por tonelada, devido às paradas programadas de manutenção.

Como destaque negativo temos o menor volume de vendas de papel no consolidado de 2020, com queda de 6 por cento em relação a 2019 e leve queda da receita líquida no segmento de 2 por cento, como consequência, ficando em 4,882 bilhões de reais em 2020.

E Eu Com Isso?

Os resultados da Suzano vieram fortíssimos, com números acima do esperado. Prevemos um impacto positivo no preço das ações (SUZB3) no curto prazo, mesmo com a alta recente. As cotações sobem 9,91 por cento somente em fevereiro, devido às expectativas de resultados ainda melhores para 2021 e à valorização do dólar.

Grande parte do crescimento da geração de caixa da Suzano em 2020 veio da alta do dólar em relação ao real, dado que a companhia gera cerca de 85 a 90 por cento de suas receitas em dólar e tem 80 por cento de seus custos em reais. Isso fortaleceu os resultados, mesmo em um ambiente de preços internacionais de celulose nas mínimas históricas em dólares.

A companhia foi capaz de gerar mais de 11 bilhões de reais em caixa operacional, calculado com sendo o Ebitda menos os investimentos (Capex), com preços de celulose abaixo dos 500 dólares por tonelada, patamar em que muitos produtores de grande porte não atingem retorno econômico positivo devido aos custos de produção mais altos.

Em complemento, a Suzano completou o processo de captura de sinergias da fusão com a Fibria (aquisição concluída em 2019), que ficou acima das expectativas da própria companhia, alcançando 1,3 bilhões de reais por ano, proveniente de redução de custos, despesas operacionais em todas as áreas da companhia (administrativo, suprimentos, logística e comercial).

As perspectivas são ainda melhores para 2021. A demanda por celulose vem aumentando de maneira gradual no mundo todo, devido à restrição de oferta em função dos baixos níveis de investimentos em capacidade instalada desde 2019. Isso permitiu um aumento de preços sucessivos pela Suzano nos últimos meses, superando o patamar de 530 dólares por tonelada. Vale notar que ainda enxergamos espaço para maiores aumentos em 2021.

Além disso, as principais plantas da Suzano já realizaram as paradas de manutenção necessárias em 2020 e não há previsão de paradas para 2021, impulsionando a produtividade da companhia, reduzindo ainda mais os custos caixa de produção e, em consequência, a sua rentabilidade medida pela margem Ebitda (49 por cento em 2020).

O dólar ainda não mostra sinais de que deva cair para menos de 5 reais no curto prazo, favorecendo duplamente a geração de caixa da companhia, que ainda conta com uma agradável consequência de sua política de hedge (proteção) cambial para 2021, com um cenário raro de alinhamento de fatores positivos.

Análise complementar: hedge cambial e endividamentos

A grande preocupação do mercado até então estava no nível alto de endividamento da companhia e na política de hedge que, em ambiente de forte alta do dólar, limita os ganhos de geração de caixa.

Em nossa visão, essas duas preocupações são equivocadas, primeiro pela exposição da dívida da companhia estar 95 por cento em dólar, o que vem sendo reduzido de maneira consistente ao longo destes últimos 12 meses (4T19 e 4T20), uma redução de 8,7 por cento, de 13,43 bilhões de dólares para 12,25 bilhões de dólares, e a companhia foi capaz de cumprir com a totalidade de seu cronograma de amortização das dívidas no período.

Já na política de hedge, a companhia foi pega de surpresa com a alta forte do dólar em 2020, que limitou bastante a sua geração de caixa (mesmo em patamares positivos como pudemos observar nos resultados), ainda pouco compreendida por parte do mercado e criticada, sobretudo no início do ano anterior.

Porém a agradável surpresa citada acima é a defasagem de alguns meses da faixa de preços no qual a companhia “trava” a geração de caixa, ou seja, se a faixa de câmbio que ela operou ao longo de 2020 ficou nos patamares de 2019, com o câmbio na faixa de 4,00 a 4,50, em 2021 essa faixa de trava de preço começa a alcançar os altos patamares observados no ano passado, chegando cada vez mais próximo das cotações atuais, acima de 5 reais.

Esses níveis de câmbio já estão contratados e temos dois efeitos grandes com isso:

i) O custo financeiro de ajuste de caixa nos derivativos diminui, além de reduzir o endividamento cotado em reais, melhorando o resultado líquido da companhia;

ii) A geração de caixa terá um terceiro impulso, que será a conversão dos dólares gerados em reais em patamares de câmbio maiores que 2020, que combinado com a redução do custo caixa e preços maiores de celulose, trazem uma perspectiva espetacular para a Suzano em 2021.

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Leia mais sobre a empresa: Suzano (SUZB3): Votorantim vende bloco de ações.

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