A SulAmérica (SULA11) apresentou nesta quarta-feira (11), após o fechamento do mercado, seu resultado do primeiro trimestre de 2021. Os números vieram abaixo das expectativas em termos de receita e lucro, porém com alguns indicadores operacionais, como sinistralidade e crescimento de beneficiários, com tendências positivas.
A companhia apresentou crescimento de 5,4 por cento de receita líquida no trimestre na comparação com o 1T20, atingindo 5,2 bilhões de reais, resultado impulsionado pela boa performance do segmento de saúde e odontológico, maior da companhia, com crescimento de 5,8 por cento e atingindo 4,8 bilhões de reais.
As despesas operacionais atingiram 4,5 bilhões de reais no trimestre, representando um aumento de 4,3 por cento em relação ao mesmo período no ano passado. O aumento abaixo do crescimento de receita teve contribuição da redução da sinistralidade em 1,9 pontos percentuais com relação ao apresentado no mesmo trimestre do ano anterior, atingindo 80,6 por cento.
As despesas administrativas também tiveram crescimento significativo no trimestre, aumentando 18,7 por cento em relação ao 1T20, atingindo 389 milhões de reais e negativamente impactadas por uma série de efeitos não recorrentes. Essas despesas representaram 7,5 por cento da receita, uma piora de 0,8 pontos percentuais com relação a 1T20, porém uma melhora de 2,6 pontos percentuais com relação ao 4T20.
O Ebitda, métrica de geração operacional de caixa, da companhia teve crescimento de 48,1 por cento com relação ao 1T20, impulsionado pela melhora na sinistralidade. Já o resultado financeiro da companhia apresentou um crescimento de mais de 159 por cento, atingindo 15,9 milhões de reais.
Com isso, o lucro líquido da companhia veio 32,5 por cento inferior ao 1T20 e totalizou 53,9 milhões de reais, o resultado ruim mesmo com crescimento de Ebitda e resultado financeiro pode ser atribuído a uma alíquota de imposto de renda de 52,7 por cento, afetada pelo não reconhecimento de créditos financeiros no período. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente de 11,6 por cento nos últimos 12 meses.
E Eu Com Isso?
O resultado da SulAmérica (SULA11) veio abaixo das expectativas, o prolongamento da crise relacionada com o covid-19 vem impactando fortemente o setor, com isso esperamos impacto negativo no preço das ações (SULA11) no curto prazo.
Entretanto, o desempenho negativo recente das ações da SulAmérica: queda acumulada de 17,0 por cento em 2021, comparado à valorização de 3,2 por cento no Ibovespa, pode limitar a queda no curto prazo, ou seja, a maior parte do resultado negativo já refletida está no preço das ações.
Os dois principais destaques positivos do resultado foram a melhora na sinistralidade, enquanto seus principais concorrentes, Bradesco (BBDC4) e Porto Seguro (PSSA3) apresentaram piora no número na área de saúde, e o crescimento orgânico 306 mil (crescimento de 8,0 por cento) no número de beneficiários.
Acreditamos que boa parte do resultado da companhia no curto-prazo será impactada pelo andamento da vacinação no país, uma vez que o aumento dos casos de COVID19 foi um dos principais fatores para a alta sinistralidade no trimestre.
A companhia vem apresentando um aumento nos atendimentos digitais (incluindo orientações médicas por telefone) que totalizaram 309 mil no 1T21, um aumento substancial em relação aos 25 mil do 1T20.
O NPS (número que mede a satisfação do consumidor) divulgado pela companhia chamou a atenção novamente, com uma melhor avaliação para os médicos quando o atendimento é virtual do que presencial, indicando que o modelo remoto deve ter uma participação cada vez maior na indústria.
A aceleração de tendências de digitalização deve ajudar a companhia a controlar melhor seus custos daqui para frente, uma vez que tudo indica que a telemedicina veio para ficar, além disso, um provável aumento da Selic também deve ajudar a companhia a melhorar seu resultado financeiro.
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