Na noite desta quinta-feira (13), a Rumo (RAIL3) divulgou seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2021. Seus números vieram bastante positivos e acima do esperado nas linhas de receita, Ebitda e lucro líquido, reforçando sua forte recuperação.
A companhia reportou um expressivo aumento de seu volume transportado, com um crescimento de 12,8 por cento em relação ao mesmo período no ano anterior, totalizando 13,9 bilhões de TKU. Esse aumento foi impulsionado principalmente devido ao maior volume transportado na Operação Norte, que registrou um aumento de 16,4 por cento, mesmo com o atraso na entrada da safra de soja.
O destaque na Operação Norte ficou para o bom desempenho de fertilizantes (55,2 por cento no ano contra ano) e industriais, de 21 por cento na comparação anual.
Também foi destaque o seu aumento de 2,0 pontos percentuais de market share no Porto de Santos no 1T21, registrando 52 por cento no 1T21, o que refletiu o seu bom desempenho operacional no período. A Operação Sul também avançou em 2,0 pontos percentuais no market share do transporte de grãos aos Portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC), registrando 27,0 por cento no trimestre.
Em relação aos seus números, a Rumo reportou um crescimento de sua receita operacional líquida de 22,6 por cento no ano contra ano, totalizando 1,7 bilhões de reais no trimestre, acima das expectativas. O aumento da receita ocorreu em função do maior volume transportado no período, além do aumento da tarifa consolidada, de 5,9 por cento na comparação anual, refletindo os reajustes do preço do combustível.
Seu Ebitda (métrica de geração de caixa operacional) também expandiu em 44,2 por cento no ano contra ano, atingindo 832,0 milhões de reais no 1T21, também acima das expectativas. O crescimento da linha ocorreu devido a melhora da receita líquida, mas também devido à maior eficiência em seus custos a níveis controlados. Dessa forma, sua margem também avançou em 7,2 pontos percentuais, registrando 47,7 por cento no período.
A companhia ainda apresentou lucro líquido de 175 milhões de reais, uma melhora expressiva ante seu prejuízo de 274 milhões de reais no mesmo trimestre em 2020, estando novamente acima das expectativas. Além do avanço de sua linha de Ebitda, esse resultado também foi influenciado por menores receitas financeiras decorrentes de ganhos com derivativos.
Em relação ao seu nível de endividamento, essa se mostrou a patamares confortáveis, com relação dívida líquida sobre Ebitda de 2,0 vezes, com endividamento líquido de 8,1 bilhões de reais. O Capex da companhia ainda avançou em 67,0 por cento no ano contra ano, totalizando 937 milhões de reais no 1T21. O resultado foi em linha com o seu plano de investimentos, que viabilizou a entrada da Malha Central em operação.
E EU Com Isso?
A Rumo reportou um bom desempenho operacional no trimestre, além de melhores preços praticados no período, o que impulsionaram seus resultados que vieram acima do esperado. Dessa forma, esperamos um impacto positivo no preço de suas ações (RAIL3) para o curto prazo.
Os preços dos combustíveis vêm se recuperando de maneira mais forte, devido às altas do petróleo desde novembro de 2020, o que melhora o ambiente competitivo para o transporte ferroviário, compensando em partes a competição de certa forma desleal da nova BR-163, embora amplamente favorável para a economia brasileira como um todo
A companhia ainda antecipou o que devemos esperar em relação ao mercado de soja em 2021, quando, segundo as projeções da Agroconsult, o Brasil deverá apresentar uma safra recorde de 137 milhões de toneladas, um aumento de 11 milhões de toneladas em comparação a 2020. Desse volume, 85 milhões de toneladas devem ser exportadas, o que é benéfico para a Rumo.
As projeções consideram um aumento de 2 milhões de toneladas nas exportações para o Mato Grosso até julho deste ano, além do avanço de produção de 8,3 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. Em Goiás, onde a Rumo ingressou no mercado desde março de 2021, é estimada a produção de 13,4 milhões de toneladas.
Em relação ao mercado no milho, a AgRural estima redução da produção do país em 8 milhões de toneladas, com queda de 6 milhões de toneladas em exportação. No Mato Grosso, a expectativa é de redução de 1 milhão de toneladas nas exportações. A produção esperada para Mato Grosso do Sul e Paraná é de 20 milhões de toneladas no ano, com Goiás atingindo 11,1 milhões de toneladas.
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