Foi assinado nesta terça-feira (9) termo de compromisso com a prefeitura de São Paulo que permite que o comércio de rua e os estandes de vendas de construtoras sejam abertos a partir de quarta-feira (10). A abertura será gradual, com horário de funcionamento inicialmente de apenas quatro horas e com a adoção de protocolos sanitários.
É também esperado que hoje seja assinado termo de compromisso com representantes de shopping centers para que esses possam abrir na quinta-feira (11). A abertura dos shoppings terá que seguir padrões semelhantes aos que foram adotados pelos lojistas, com horário de funcionamento reduzido e adoção de protocolos sanitários.
A notícia é positiva para as ações das empresas dos setores envolvidos, ou seja, incorporadoras imobiliárias, administradoras e proprietários de shoppings (incluindo os Fundos de Investimento Imobiliário, os FIIs) e varejo com forte concentração em lojas físicas (principalmente o varejo de moda e vestuário no Brasil).
Acreditamos que o impacto mais positivo acontecerá no preço das ações das empresas de shopping centers, que estão fechados desde o dia 16 de março. Nesta terça-feira (9) as ações das empresas do setor (ALSO3, BRML3, IGTA3 e MULT3) apresentaram forte alta, mesmo com a queda do Ibovespa de 0,92 por cento.
As empresas de construção civil sofreram com o fechamento de seus estandes de venda, principalmente no segmento de média e alta renda, que dependem mais deles para a realização dos seus negociados. Com a reabertura podemos esperar algum impacto positivo nas vendas, porém será muito mais devido à base de comparação baixa dos meses de abril e maio, já que em pesquisa publicada 54 por cento dos possíveis compradores esperam que os preços caiam nos próximos meses, esse número estava na casa dos 15 por cento nos últimos dados divulgados. É importante acompanhar como será o apetite para realizar novos lançamentos pelas incorporadoras agora que os estandes podem ser reabertos.
Já as empresas administradoras de shopping centers, já tinham 283 shoppings abertos no começo da semana (49 por cento do total), a abertura em São Paulo é positiva. Já que a maioria das administradoras tem boa parte da sua geração de caixa operacional (NOI) concentrada no estado de São Paulo, principalmente na região metropolitana.
Apesar da animação com a reabertura do comércio, que já vem impactando o preços das ações nos últimos dias, existem pontos de atenção que precisamos levar em consideração: qual será o percentual de lojistas que irá decidir abrir suas lojas com um período de funcionamento curto e como será o comportamento do consumidor tanto em relação a ida aos shoppings centers como no ticket médio que irão consumir. Esses fatores serão fundamentais para começarmos a entender como será a volta do pagamento de aluguel pelos lojistas para as administradoras de shopping.
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