A Cyrela (CYRE3) divulgou nesta segunda-feira (13) após o fechamento dos mercados a sua prévia operacional do segundo trimestre de 2020. Entre abril e junho deste ano a companhia lançou 395 milhões de reais em Valor Geral de Vendas (VGV), sendo 250 milhões de reais ligados ao programa Minha Casa Minha Vida e o restante em empreendimentos no segmento de médio padrão. Considerando apenas a parte da Cyrela nos empreendimentos, o total lançado foi de 282 milhões de reais. O número é 81 por cento inferior ao do mesmo período de 2019, quando a Cyrela lançou o total de 2,087 bilhões de reais em VGV, sendo deste valor 1,570 bilhão de reais excluindo as permutas.
Já as vendas líquidas no período foram de 818 milhões de reais, 57 por cento a menos que no segundo trimestre de 2019. A companhia abriu em detalhes os números relacionados às vendas: 135 milhões foram vendas de estoque pronto (17 por cento), 512 milhões de imóveis em construção (63 por cento) e os outros 171 milhões (20 por cento) ligados a lançamentos. Por fim o indicador de vendas sobre ofertas (VSO= vendas/estoques mais lançamentos) dos últimos 12 meses terminou junho em 50,7 por cento, patamar inferior ao apresentado no primeiro trimestre de 2020 (53,3 por cento) e ao 2T19 (52,7 por cento).
A prévia da Cyrela foi boa e veio acima das expectativas, ainda mais considerando a quarentena da Covid-19 que fechou os estandes de vendas no período.
Dessa forma, esperamos impacto positivo no preço das ações da Cyrela (CYRE3) no curto prazo, com destaque positivo para o bom desempenho de vendas dos lançamentos no período: 43 por cento da venda total foi via lançamento.
Vale notar que na comparação relativa com outras companhias do setor que já divulgaram suas prévias (Mitre e Even), os números foram menos animadores, o que pode limitar o potencial de alta no preço das ações da Cyrela (CYRE3) no curto prazo.
No ano as ações da Cyrela (CYRE3) recuam 10,6 por cento, desempenho mais negativo que o da Even (EVEN3), que tem perdas de 9 por cento e superior ao da Mitre (MTRE3), que desde o seu IPO recua 16,9 por cento. Já o Ibovespa acumula queda de 14,7 por cento em 2020.
O trimestre da Cyrela foi duramente atingido pelo fechamento compulsório dos estandes de vendas, que ficaram fechados até o início de junho na maioria dos locais devido a pandemia.
Mesmo assim, diante deste desafiador cenário, os números entregues pela Cyrela na sua prévia vieram acima das expectativas e podem ser considerados satisfatórios. A procura por imóveis pode aquecer no pós-crise, com o aumento na demanda impulsionada pelo baixo patamar de juros e pela busca por moradias melhores, um reflexo da pandemia, que pode ser considerado positivo para o setor.
Esse panorama estimado para o 2o semestre deste ano e para 2021 vai beneficiar as companhias bem posicionadas no mercado imobiliário. No âmbito das ofertas, 2020 tem sido aquecido para o setor, mesmo a despeito da Covid-19.
Nos primeiros meses duas construtoras emplacaram as suas ofertas públicas iniciais de ações (IPO) – a Mitre (MTRE3) e a Moura Dubeux (MDNE3). Ademais, a You, Pacaembu, One Inovattion, Alphaville Urbanismo, Canopus Holding seguem na fila de prospectos na CVM para realização das suas ofertas.
A Cyrela, através de suas subsidiárias, também vai agitar o mercado de ofertas. A Cury e a Lavvi já protocolaram seus pedidos junto à CVM e a Plano&Plano também deve endossar a lista de pretendentes de abertura de capital em breve.
Os principais catalisadores das ações da Cyrela (CYRE3) são: i) ritmo da recuperação no pós-crise, em especial para o setor da construção civil e; ii) sucesso nas ofertas de ações das suas subsidiárias.
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