Nesta segunda-feira (26), foi divulgada a nova rodada de pesquisa de avaliação de governo elaborada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), em parceria com a MDA Pesquisas. Os principais destaques ficaram, principalmente, por conta da grande melhoria na popularidade do governo e na aprovação do desempenho pessoal do presidente em comparação à última pesquisa, elaborada e divulgada em maio deste ano. Para 41,2 por cento dos entrevistados, o governo é considerado ótimo ou bom, enquanto 30,3 por cento consideram o governo regular e 27,2 por cento, ruim ou péssimo. Apenas 1,3 por cento dos entrevistados não soube avaliar o governo.
Na rodada passada, efetuada no meio da pandemia, a avaliação positiva havia disparado, passando de 31 por cento, em janeiro de 2020, para 43 por cento. Grande parte do aumento na avaliação negativa veio, à época, do decréscimo da avaliação regular, que saiu de 32 por cento em janeiro para 23 por cento em maio. A avaliação positiva, por sua vez, oscilou dentro da margem de erro, saindo de 35 para 32 por cento – fato que corrobora com a tese de que o núcleo duro bolsonarista está em torno de 25 a 30 por cento da população.
Passada a fase mais grave da pandemia, Bolsonaro viu sua avaliação positiva de governo saltar de 32 por cento para 41 por cento (a maior para seu mandato na série de pesquisas CNT/MDA). Ainda, a avaliação regular saiu de 23 por cento para 30 por cento, indicando que o grande decréscimo foi, realmente, na avaliação negativa do governo, que passou de 43 por cento para 27 por cento nesse intervalo de cinco meses.
A 147ª pesquisa CNT/MDA cobriu as cinco regiões do país e 25 Unidades da Federação, abarcando 137 municípios e seguindo amostragem por cotas. Foram feitas 2.002 entrevistas entre os dias 21 e 24 de outubro, com checagem de 20 por cento da amostra.
A nova pesquisa CNT/MDA não discriminou os dados por classe, região ou escolaridade, mas outras pesquisas vêm apontando que o aumento da popularidade do presidente está concentrado em classes mais baixas e, principalmente, em regiões onde Bolsonaro tinha dificuldades com sua popularidade – notadamente, a região Norte e a região Nordeste do País. Cada dia mais, as amostras indicam que o auxílio emergencial dado a uma parcela substancial da população foi um dos principais fatores que impulsionaram a popularidade do atual governo.
Batendo recordes, o presidente hoje se consolida como um nome forte para 2022 e sabe disso. Por isso, todos os esforços envolvendo a criação do Renda Cidadã, programa não tão generoso financeiramente quanto o auxílio emergencial, mas de maior impacto e amplitude que o Bolsa Família, hoje o principal meio de assistência à população pobre do Brasil. Com o fim do auxílio, datado para o fim de 2020, será interessante notar se haverá um eventual recuo nas avaliações positivas ou se o presidente vai continuar capitalizando nesse perfil do eleitorado.
A notícia tem potencial para impulsionar o mercado brasileiro nesta terça de poucas novidades no radar dos investidores. Foco principal, porém, é na temporada de resultados.
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