A terça-feira começou com os mercados internacionais animados devido às expectativas de reabertura da economia. Os exemplos se multiplicam. Na Alemanha, os governadores dos Estados têm uma teleconferência agendada com a primeira ministra Ângela Merkel para amanhã. A expectativa é que seja permitida a reabertura de algumas lojas e a volta dos jogos de futebol.
Na Itália, um dos países onde o coronavírus foi mais violento em termos relativos, o governo permitiu que cerca de 4,5 milhões de pessoas voltem a circular e autorizou a retomada de alguns setores, como a construção civil, após dois meses de “lockdown”. Nos Estados Unidos, que até agora lideram tanto em infecções (1,2 milhão) quanto em mortes (68 mil) devido ao coronavírus, Estados como Ohio já planejam a reabertura.
Os exemplos se multiplicam. Países tão diversos quanto Espanha, Portugal, Bélgica, Finlândia, Nigéria, Índia, Malásia, Tailândia, Israel e Líbano estão planejando a reabertura de fábricas e a retomada de construções, além de permitir que salões de beleza, parques e bibliotecas voltem à atividade.
E no Brasil, apesar de a capital paulista, epicentro do vírus, ainda permanecer fechada e de outras capitais, como São Luiz, no Maranhão, terem implementado um “lockdown” a partir desta terça-feira, o governo do estado de São Paulo planeja uma reabertura gradual das regiões menos afetadas a partir do dia 11 de maio.
A animação nos pregões começou pelo petróleo. Os contratos futuros do petróleo do tipo Brent para julho estão em alta de 8 por cento, a cerca de 29,30 dólares por barril. Os contratos de julho do petróleo americano WTI sobem 10 por cento, para cerca de 22,40 dólares por barril. Os pregões também subiram. A maioria dos mercados da Ásia está fechada devido ao feriado. Funcionando, apenas a bolsa de Hong Kong, onde o índice Hang Seng fechou com alta de 1,08 por cento, e a bolsa de Sydney, que registrou uma alta de 1,64 por cento do índice S&P/ASX 200. Na Europa, as bolsas estão em forte alta. O alemão Dax está em alta de quase +2 por cento, o britânico FTSE sobe quase +2 por cento e o italiano MIB avança mais de +1 por cento.
COPOM – Nesta terça-feira começa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deverá definir a nova taxa referencial Selic, atualmente em 3,75 por cento ao ano. A expectativa é de mais uma baixa na taxa. A única divergência é a magnitude do corte. A nossa opinião é que teremos uma redução de meio ponto percentual, para 3,25 por cento ao ano.
INDICADORES – A produção industrial caiu 9,1 por cento em março frente a fevereiro. Foi o pior resultado para um mês de março desde 2002. Em relação ao mesmo período de 2019, a queda foi menos intensa, de 3,8 por cento. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada na manhã desta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade que teve o maior impacto negativo foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, cuja produção caiu 28 por cento.
Hoje teremos um dia bem positivo para os mercados. Os contratos futuros de S&P 500 abriram o dia em alta, e os contratos futuros de Ibovespa sobem perto de +2 por cento, começando os negócios acima de 80 mil pontos. Isso, e um arrefecimento da tensão política, justificam o otimismo para o dia e para a visão positiva no curto e médio prazo.
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