A segunda-feira (15) começou mal, mas acabou bem. E esta terça-feira promete ser mais um dia positivo no mercado acionário. Na véspera, os investidores se preocuparam com notícias de volta nas contaminações pelo coronavírus em Tóquio e em Pequim. No entanto, o mau humor se dissipou com a notícia de que o Federal Reserve (FED, o banco central americano) iria ampliar seu apoio às empresas, comprando títulos de dívida de companhias individuais. Isso é uma ampliação da proposta anterior, que previa a compra de cotas de fundos de dívida, apenas.
O maior dos estímulos, porém, não veio do Fed, mas da Casa Branca. De olho na eleição, o presidente Donald Trump está preparando um pacote de investimentos na infraestrutura de um trilhão de dólares. Uma versão preliminar está sendo preparada pelo Departamento dos Transportes. A maior parte do dinheiro iria para investimentos tradicionais, como estradas e pontes. No entanto, o governo também vai investir na internet sem fio 5G e na expansão da internet banda larga em zonas rurais. Esses investimentos, que são uma das bandeiras do agronegócio americano, serão discutidos na Casa Branca na quinta-feira (18).
O assunto vem sendo discutido há tempos. No dia 30 de setembro expira uma lei que regula os investimentos americanos em infraestrutura, e a proposta vem sendo debatida há tempos. A oposição democrata vem defendendo investimentos de 500 bilhões de dólares, mas o governo dobrou a aposta, o que animou os investidores. Os investimentos americanos em infraestrutura representam negócios ao redor do mundo. Não por acaso, na manhã desta terça-feira, as ações subiram 4,9 por cento na bolsa de Tóquio e 5,3 por cento na bolsa de Seul. Os principais pregões europeus também registram fortes altas, superiores a 2,5 por cento tanto em Londres quanto em Frankfurt.
A economia brasileira também está dando sinais de melhora. A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira a Prévia Extraordinária das Sondagens, uma medição preliminar das expectativas, realizada até o dia 15 de junho. O levantamento sinaliza uma recuperação nos índices de confiança em junho. Preliminarmente, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) cresceria para 80,0 pontos em junho, alta de 14,5 pontos, em relação a maio, e o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiria para 71,0 pontos, alta de 8,9 pontos ante maio. “Houve uma melhora das expectativas empresariais em relação aos próximos meses, sob influência da anunciada flexibilização de medidas restritivas em diversos estados brasileiros”, afirmou Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens da FGV.
INDICADORES – As vendas no varejo caíram 16,8 por cento em abril em comparação com março. Foi a segunda queda consecutiva e o pior resultado desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2000, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 1,55 por cento em junho, informou a FGV. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,07 por cento. Com este resultado, o índice acumula alta de 4,55 por cento no ano e de 7,18 por cento em 12 meses. Em junho de 2019, o índice havia registrado elevação de 0,49 por cento no mês e de 6,57 por cento em 12 meses.
Os pacotes de estímulo econômico nos Estados Unidos, Ásia e Europa têm funcionado de maneira eficaz como uma defesa contra os prejuízos provocados pelo coronavírus. E as notícias de novos pacotes seguem animando os investidores. Com isso, teremos um dia de forte alta por aqui.
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