O desemprego está caindo. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desocupação caiu para 12,1% no trimestre encerrado em outubro. Na comparação com o trimestre anterior, a queda é de 1,6 ponto percentual. O número de pessoas que estão em busca de trabalho no país caiu 10,4%, chegando a 12,9 milhões. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta terça-feira (28).
Já o contingente de pessoas ocupadas aumentou 3,6%, o que representa 3,3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre encerrado em julho. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 8,7 milhões de trabalhadores.
Com esse crescimento, o nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, subiu para 54,6%, o maior desde o trimestre encerrado em abril do ano passado.
É o segundo indicador a comprovar a melhora. Na quinta-feira (23), o Ministério do Trabalho divulgou o saldo do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de novembro, mostrando a criação de 324 mil vagas no mês passado. Esse número superou a mediana das expectativas dos investidores, que era da criação de 223 mil novas vagas. Considerando-se o ajuste sazonal, foi a maior criação de vagas desde as 397 mil aberturas de fevereiro.
Segundo o levantamento, a maior parte das novas vagas foi aberta no setor de Serviços, com 181 mil contratações líquidas (acima das dispensas), seguida pelo Comércio, com 139 mil contratações líquidas.
Uma das variáveis mais importantes da economia é o emprego. A variação do número de empregados e de não-empregados (tecnicamente chamados de desocupados) indica com precisão a temperatura da economia. Por dois motivos simples. O primeiro é que essa é uma variável que se move com atraso.
Os empresários sabem que recontratar um colaborador dispensado é demorado e caro. Pior, uma pessoa que deixa a empresa leva consigo experiência e memória. Ou seja, conhecimentos que podem fazer a diferença em um concorrente. Por isso, dispensar bons colaboradores é o último recurso, algo que só ocorre quando não há alternativas (dispensar colaboradores ineficientes é uma obrigação).
Da mesma maneira, contratar é algo que os empresários só fazem quando têm certeza de que o custo adicional vai agregar valor ao negócio. O custo de encontrar novas pessoas, recrutá-las e treiná-las de modo a que estejam integradas à empresa é elevado. Pior do que isso, esse processo toma tempo. Assim, quando há um aumento no emprego, isso é sinal de reaquecimento da economia.
O segundo motivo é que, na esmagadora maioria dos casos, os salários são quase que totalmente convertidos em consumo. Assim, uma pessoa que encontra um emprego é um consumidor a mais na economia. Também eleva a arrecadação, pois parte da renda é tributada. O empregador também tem de pagar mais impostos e contribuições. Por uma daquelas distorções da economia brasileira, o trabalho é pesadamente tributado.
Por isso, o aumento sustentável do nível de emprego é um argumento sólido a favor de um desempenho melhor da economia em 2022.
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam a sessão com uma leve alta, em um cenário de volume reduzido.
As notícias são positivas para a Bolsa.
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