Nesta quarta-feira (07), os investidores ao redor do mundo vão analisar milimetricamente cada uma das palavras do comentário da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom (Comitê de Política Monetária), cuja divulgação está agendada às 15 horas.
A grande questão que ronda essa entidade chamada mercado é qual será o ritmo de desaceleração do programa de estímulos que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, vem aplicando na economia desde o início da pandemia.
Rememorando: desde o início da pandemia, o Fed vem comprando US$ 120 bilhões em títulos públicos americanos todos os meses e mandou os juros para, na prática, zero.
Tudo isso para estimular a economia e impedir uma quebradeira generalizada.
Agora que a vacinação nos Estados Unidos avança aceleradamente e que a economia retornou a um estado próximo ao da normalidade, a questão é quando o Fed vai diminuir a intensidade dessas medidas de estímulo.
Ou seja, quando as compras de títulos vão parar e quando os juros vão começar a subir.
Em suas declarações, Jerome Powell, presidente do Fed, tem repetido que o BC americano não vê a alta da inflação como um problema.
Ele tem declarado que prefere esperar para ver a economia se recuperando a plena carga antes de começar a retirar o combustível que vem elevando os preços.
Por isso, os investidores estão observando cuidadosamente os indicadores econômicos americanos, europeus e asiáticos para tentar concluir qual será a direção dos juros.
Embora não se espere uma definição forte do que o Fed vai fazer – banqueiros centrais agem de maneira cautelosa e preferem demorar para acertar em vez de errar depressa – é bastante provável que o comunicado estabeleça um norte para os investidores traçarem suas estratégias.
Por isso, mesmo que o texto seja inconclusivo, ele deve provocar uma movimentação razoável nos mercados, Brasil inclusive.
Enquanto o comentário não sai, os índices estão subindo devido a indicadores positivos.
Na Europa, a Comissão Europeia elevou o crescimento projetado de junho do PIB (Produto Interno Bruto) da Zona do Euro para 4,8% neste ano.
Em maio, a projeção era de um crescimento menor, de 4,3%.
O prognóstico de crescimento para 2022 subiu para 4,5%, leve alta ante os 4,4% projetados antes.
E os investidores vão acompanhar com muita atenção os indicadores do mercado de trabalho americano.
São eles que mostram de fato qual é a temperatura da economia.
Indicadores 1
As vendas no comércio varejista subiram 1,4% em maio após terem crescido 4,9% em abril.
Com isso, o desempenho do varejo se encontra 3,9% acima do patamar pré-pandemia.
O setor acumula ganho de 6,8% no ano e de 5,4% nos últimos 12 meses.
Quando comparadas a maio do ano passado, as vendas no varejo aumentaram 16,0%.
Pelo terceiro mês consecutivo, houve aumento nesse indicador. Os dados são da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Indicadores 2
O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) variou 0,11% em junho, muito abaixo dos 3,40% de maio.
Com este resultado, o índice acumula alta de 14,26% no ano e de 34,53% em 12 meses.
Em junho de 2020, o índice havia subido 1,60% e acumulava elevação de 7,84% em 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas.
E Eu Com Isso?
O pregão da quarta-feira começa com os contratos futuros de Ibovespa em uma boa alta, principalmente em uma reação às fortes quedas da véspera.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros do índice S&P 500 avança um pouco menos, à espera dos indicadores e do documento do Fed, o que deve acentuar a volatilidade do mercado.
As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—