Open banking é prioridade para BC e Inter (BIDI4/BIDI11) divulga prévia operacional
Na quinta-feira (9), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), declarou que o open banking é uma prioridade para a instituição. Em linhas gerais, essa medida prevê o compartilhamento de dados entre os bancos brasileiros. Com base nessas informações, as instituições poderiam oferecer produtos e serviços aos clientes da concorrência. A ideia é aumentar a competição entre os bancos e, assim, pressionar os juros cobrados por eles a cair.
Também na quinta-feira, o Banco Inter (BIDI4/BIDI11) divulgou sua prévia operacional do quarto trimestre deste ano. O banco atingiu a marca de 4,1 milhões de clientes e bateu o recorde de abertura de contas no trimestre ao cadastrar, em média, mais de 13 mil contas por dia útil.
Outro destaque da prévia é o grande aumento da originação de crédito, que atingiu 4,3 bilhões de reais em 2019 e 1,4 bilhão no 4T19, crescimento de 75 por cento em relação à 2018 e 86 por cento em relação ao 4T18.
O open banking acirra a disputa no setor bancário ao favorecer bancos digitais e fintechs, aumentando a concorrência para os grandes bancos. As ações dos grandes bancos (ITUB4, BBAS3, BBDC4 e SANB11) reagiram negativamente à notícia, com quedas entre 1,5 por cento e 2 por cento, muito maiores do que a baixa de 0,26 por cento no Índice Bovespa.
Acreditamos que o resultado operacional do Banco Inter deve impactar positivamente suas ações (BIDI11) no curto prazo. Para o Inter, mais importante do que a abertura de contas é o número de contas ativas, que também acelerou no trimestre. O número de clientes ativos no trimestre atingiu 2,3 milhões, com crescimento de 169 por cento frente ao 4T18.
Em 2019, o desempenho das ações dos quatro grandes bancos (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander) ficou abaixo da média do mercado, com os investidores antecipando uma possível queda nos volumes e nas margens oriundas dessa maior concorrência. Após a fala do presidente do BC, as ações dos grandes bancos voltaram a cair.
Embora essa notícia seja relevante para o setor, esse movimento não chega a ser uma novidade. Acreditamos que a maior parte deles continuará a ter desempenho abaixo do índice, com boa parte dos seus rendimentos vindos da distribuição de dividendos.
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