Esta quarta-feira (5) promete ser um dia movimentado no mercado devido a indicadores econômicos e a declarações dos banqueiros centrais. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) encerra sua reunião de maio. A decisão de elevar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual para 3,5 por cento ao ano já está tomada e foi amplamente comunicada ao mercado pelos diretores do Banco Central (BC). A dúvida é qual será o teor do Comunicado, que será divulgado imediatamente após a reunião. A pergunta é: qual será o comportamento do BC nos próximos meses?
Não é uma questão trivial. A meta de inflação para 2021 é de 3,75 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, a tarefa do BC é manter o IPCA entre 2,25 por cento e 5,25 por cento. Nos 12 meses até março, a inflação acumulada está em 6,10 por cento. Ou seja, pela lógica, o BC teria de elevar os juros e sinalizar a trajetória das futuras altas, de modo a fazer a inflação convergir novamente à meta.
No entanto, apesar de a inflação estar em alta, o desemprego permanece elevado. São mais de 14 milhões de brasileiras e brasileiros que desejam trabalhar e não encontram colocação. E apesar de os prognósticos da edição mais recente do Relatório Focus indicarem um crescimento previsto do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,14 por cento, essa cifra positiva esconde uma maldade estatística. Em 2020, o PIB encolheu 4,1 por cento. Assim, ainda que confirmado, o crescimento previsto não será suficiente para conter os estragos da pandemia sobre a economia. Ainda pela lógica do BC, seria necessário manter os juros baixos para estimular a economia.
Só essas duas questões seriam suficientes para provocar uma razoável dor de cabeça nos diretores do Copom. Porém, o Brasil não é para principiantes. Também há a incerteza com relação ao cumprimento do orçamento de 2021. Há o ritmo de vacinação contra a covid-19, que permanece aquém das expectativas. E, no Congresso, iniciaram-se na terça-feira (04) os depoimentos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com potencial de enfraquecer ainda mais o governo.
Indicadores Econômicos
A produção industrial caiu 2,4 por cento em março em comparação ao mês anterior e intensificou a perda de 1,0 por cento que havia sido registrada em fevereiro, quando houve a interrupção de nove meses de resultados positivos. O recuo de março foi puxado principalmente pela queda de 8,4 por cento na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Com os resultados desse mês, o setor industrial acumula no ano crescimento de 4,4 por cento e, nos últimos 12 meses, queda de 3,1 por cento. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Internacional
O indicador de emprego americano ADP registrou a criação de 742 mil vagas em abril, informou a ADP nesta quarta-feira. O resultado é o melhor para o ano, superando a criação de 565 mil vagas em março. Também foi o melhor resultado em sete meses, perdendo apenas para as 821 vagas abertas em setembro de 2020. No acumulado do ano, a economia americana criou 1,68 milhão de vagas.
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam os negócios na quarta-feira em alta, com o mercado na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária. Não se descarta uma sessão com volatilidade.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
Para ficar por dentro do universo dos investimentos de maneira prática, clique abaixo e inscreva-se gratuitamente!
—