O feriado da Proclamação da República manteve os mercados brasileiros inoperantes, mas as criptomoedas permaneceram sendo negociadas, e o Bitcoin apresentou uma forte queda de 9% e recuou abaixo do nível “psicológico” de US$ 60 mil.
Após quatro dias em torno de US$ 64 mil, as cotações da principal criptomoeda avançaram para mais de US$ 66 mil na segunda-feira (15), antes de iniciar um movimento negativo mais forte no fim do dia, mantido durante toda a madrugada.
Com isso, o Bitcoin agora fica mais de 11% abaixo de sua máxima histórica, de pouco menos de US$ 69 mil.
Aparentemente não há um motivo específico para a baixa. Só houve duas notícias que poderiam ter movimentado as cotações. Uma delas foi a declaração da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) da China, que afirmou que continuará a “limpar” o setor de mineração de criptomoedas no país.
A mineração “causa grande consumo de energia e emissão de carbono. Não tem impacto ativo para liderar o desenvolvimento da indústria ou o progresso científico”, disse o porta-voz da NDRC, Meng Wei.
Menos do que preocupações ecológicas, o que o governo de Pequim busca é abrir espaço para sua criptomoeda estatal, o renminbi digital. Apesar de ser uma notícia negativa, ela não é novidade.
A China está reprimindo a mineração de Bitcoin desde o início deste ano, levando a uma forte saída de mineradores da região. Porém, o impacto ocorreu principalmente no primeiro semestre.
Outra notícia foi a ativação do Taproot, a atualização do blockchain com foco nas melhorias da segurança e privacidade da rede.
O Taproot introduz as assinaturas Schnorr, que podem realizar transações mais complexas na rede, melhorando, com isso, a privacidade e a segurança. A atualização foi iniciada quando o blockchain do Bitcoin chegou ao bloco de número 709.632, às 2h15min, no horário de Brasília, nesse domingo (14).
O que provocou a queda?
Um movimento natural e saudável de qualquer mercado, a realização de lucros das últimas semanas. O Bitcoin vem se valorizando de maneira sustentável, e os investidores resolveram colocar alguns desses ganhos no bolso.
No entanto, a trajetória de longo prazo da moeda virtual ainda é de valorização.
Relatórios Focus
A edição mais recente do Relatório Focus publicada pelo BC (Banco Central) nesta terça-feira (16) mostra uma expectativa mais pessimista com a inflação tanto para 2021 quanto para 2022.
Para este ano, o prognóstico para o IPCA subiu para 9,77% ante 9,33% da semana anterior, e acima dos 8,69% de quatro semanas atrás.
No caso da projeção para 2022, o percentual esperado é de 4,79%, ante 4,63% da semana passada e 4,18% há quatro semanas.
As projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) também pioraram. A projeção para o crescimento em 2021 diminuiu para 4,88% ante 4,93%, e a expectativa para 2022 caiu para 0,93% ante 1,00%.
E Eu Com Isso?
A semana abreviada pelo feriado se inicia com os contratos futuros de Ibovespa em leve alta, seguindo a tendência de valorização dos contratos futuros do índice americano S&P 500.
As notícias são positivas para a bolsa.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—