Gradualmente, o que era uma esperança transforma-se em realidade, e a perspectiva de uma vacinação em massa contra do coronavírus passa a ficar mais próxima. Na manhã desta quarta-feira (02), o governo do Reino Unido aprovou o uso da vacina desenvolvida em conjunto pelo laboratório americano Pfizer e pela empresa alemã BioNTech. A possibilidade do início de uma vacinação em massa permitirá avançar rapidamente tanto na prevenção da doença quanto no aprendizado da resposta imunológica.
Foi em tempo recorde, apenas 23 dias, que a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) britânica concedeu aprovação de uso emergencial para a vacina, que os laboratórios afirmam ser 95 por cento eficaz na prevenção da doença. E o primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que a vacinação poderá começar já na segunda semana de dezembro. “É a proteção das vacinas que nos permitirá, em última instância, recuperar nossas vidas e fazer a economia andar novamente”, disse Johnson.
Essa é a grande expectativa dos investidores. Sem uma vacinação em massa a nível global, os países estarão sujeitos a surtos periódicos da Covid 19. Para evitá-la, os governos ao redor do mundo terão de manter as medidas de isolamento social, com impactos danosos profundos sobre a atividade econômica e os resultados das empresas.
Novas autorizações devem se seguir. A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos deve se reunir em 10 de dezembro para discutir se recomenda a autorização de uso de emergência da vacina Pfizer BioNTech e a Agência Europeia de Medicamentos disse que poderia dar a aprovação de emergência para a vacina até 29 de dezembro.
Ainda é cedo para dizer quão positivo será o impacto da vacina da Pfizer BioNTech. O medicamento apresenta pesadas logísticas. Para ser eficaz, a vacina tem de ser armazenada a uma temperatura de 70 graus abaixo de zero, o que traz muitas dificuldades na vacinação e praticamente impede seu uso em países menos desenvolvidos ou sem uma infraestrutura médica adequada. No entanto, a mera perspectiva do início de uma vacinação tem sido suficiente para animar os investidores.
Estados Unidos
Indo além das questões de saúde, outro ponto que chamará a atenção nesta quarta-feira é o comportamento do futuro presidente americano. Em uma entrevista ao The New York Times, o presidente eleito Joseph Biden afirmou que sua “primeira prioridade” será montar um pacote de estímulos generoso para sustentar a recuperação da economia. “Quero estruturar essas medidas ainda antes de tomar posse”, disse Biden ao jornal. A indicação de Janet Yellen, considerada expansionista, para a Secretaria do Tesouro reforça essa hipótese, o que promoverá a sustentação do mercado.
Impactos na prática
O cenário permanece positivo. No entanto, após a forte alta do começo de dezembro, pode haver um movimento pontual de realização de lucros no curto prazo, com os investidores embolsando os lucros dos últimos dias antes de partir para novas altas.