O Banco Bradesco (BBDC3/BBDC4) divulgou na noite desta quarta-feira (28) seu resultado do 3T20. O resultado foi bom e veio acima das expectativas em termos de lucro líquido devido ao menor nível de provisionamento para perdas com devedores duvidosos (PDD).
Diferentemente do que fez no segundo e no primeiro trimestre de 2020, o banco Bradesco não fez provisões extraordinárias para cobrir potenciais perdas de crédito causadas pela pandemia do Covid-19, com isso mantendo um nível de provisionado 37,1 por cento menor do que no trimestre anterior, mas ainda muito superior aos patamares vistos no ano passado, 67,5 por cento maior atingindo 5,6 bilhões de reais.
O lucro líquido recorrente foi de 5,0 bilhões de reais no terceiro trimestre, uma melhora de 29,9 por cento quando comparado com o trimestre passado, porém ainda uma queda significativa de 23,1 por cento com relação a 3 T19. Com a queda no lucro na comparação anual, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 15,2 por cento.
O destaque negativo foi a queda na receita de serviços que atingiu 8,1 bilhões de reais, mais uma vez uma melhora em relação a trimestre passado, crescimento de 6,5 por cento, mas uma ainda abaixo do que foi visto em 2019, uma queda de 3,6 por cento em relação a 3T19.
Outro destaque negativo foi o desempenho das operações de seguros, previdência e capitalização, com queda trimestral de 17,1 por cento e redução anual de 9,8 por cento.
O resultado do Bradesco veio acima das expectativas do mercado em termos de lucro líquido, com nível satisfatório de provisionamento para calotes (PDD). A administração do Bradesco acredita que o pior ficou para trás e que as provisões são suficientes (2,6 bilhões no 3T20, 3,8 bilhões no 2T20 e 2,7 bilhões de reais no 1T20).
Apesar da forte volatilidade no mercado de ações devido à segunda onda de Covid na Europa, esperamos impacto positivo no preço das ações do Bradesco (BBDC3/BBDC4) no curto prazo no pregão desta quinta-feira (29).
As ações (BBDC4) apresentam desempenho bastante negativo em 2020: queda de 37,8 por cento, comparado à queda do Ibovespa de 19,0 por cento no período.
Acreditamos que o pior deve ter ficado para trás em termos de provisões para perdas com crédito. Segundo o banco, as provisões aumentaram junto com a expansão da carteira de crédito seguindo os critérios de provisão mínimas requeridas pelo banco central.
A inadimplência acima de 90 dias melhorou 0,7 pontos percentuais quando comparado com o trimestre passado chegando a 2,7 por cento.
Ainda no lado positivo, houve queda anual de 5,7 por cento nas despesas operacionais que totalizaram 11,7 bilhões de reais no trimestre.
A carteira de crédito expandida do banco cresceu para 664 bilhões de reais, alta de 11,7 por cento em relação ao terceiro trimestre de 2019. A alta na carteira de crédito expandida foi liderada pelas operações com pessoas jurídicas com o aumento de 12,9 por cento devido ao aumento na demanda de grandes empresas durante a pandemia.
As receitas de serviços do banco recuaram 3,6 por cento na comparação anual, mas mais uma vez apresentaram uma melhora na comparação trimestral, um crescimento de 6,5 por cento, para 8,1 bilhões de reais, afetadas pelo desempenho das receitas vindas de atividades com cartões que seguem abaixo dos níveis de 2019, porém já mostram uma melhora gradual depois dos primeiros impactos da pandemia.
Os principais riscos para os grandes bancos são: i) aumento da concorrência; ii) novo sistema de pagamentos (PIX) e; iii) possível aumento de impostos a ser discutido no Congresso Nacional.
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