Agosto, mês de desgosto.
Esse velho ditado indica que os prognósticos para o oitavo mês do ano não são dos melhores. Há várias explicações para isso.
A com maior comprovação histórica vem de Portugal.
Era em agosto que os navios partiam, visando aproveitar os ventos mais fortes do outono no Hemisfério Norte.
As despedidas eram dolorosas e o retorno era incerto.
A navegação era arriscada e o número de naufrágios era elevado.
Isso provocaria o “desgosto” do mês.
No caso dos mercados, agosto tende a ser um mês volátil, pois combina um momento de liquidez reduzida devido às férias de verão com a divulgação da maior parte da safra de balanços referentes ao segundo trimestre do ano.
Isso amplifica as oscilações dos preços.
E por aqui?
Agosto será um mês de solavancos, devido à turbulência esperada pela questão de como o governo vai pagar de R$ 80 bilhões a R$ 90 bilhões em precatórios no ano que vem, algo que deve estar delineado na proposta de orçamento, a ser enviada ao Congresso até o fim deste mês.
A notícia provoca tensão devido à situação fiscal estar tendendo ao desequilíbrio.
Mesmo assim, o desempenho das ações deve ser positivo.
A explicação é a mais simples: os resultados que as empresas vêm divulgando referentes ao segundo trimestre permanecem bastante positivos.
Há várias razões para isso.
Uma delas é estatística: a base de comparação é baixa, pois o segundo trimestre de 2020 foi o pior momento da pandemia.
Outro motivo é operacional.
Muitas empresas, especialmente as mais capitalizadas, aproveitaram as medidas de restrição geradas pela pandemia para investir mais em tecnologia e em aprimoramento dos sistemas.
Isso elevou a produtividade e permitiu a chamada alavancagem operacional, possibilitando às empresas fazer mais com os mesmos recursos. O que melhora os resultados.
E, finalmente, a retração sistemática das mortes pela Covid-19 permite prever uma normalização das atividades, o que garante a sustentação dos lucros.
Assim, apesar dos solavancos e das más notícias de Brasília, o setor privado vai bem, obrigado.
Por isso, longe de ser um mês de desgosto, agosto promete ser um período positivo para as ações.
E você pode escolher as melhores alternativas com a ajuda dos especialistas da Levante Ideias de Investimento.
Indicadores
A produção industrial apresentou variação nula em junho, após ter crescido 1,4% em maio.
Apesar da estabilidade, três das quatro grandes categorias econômicas e a maior parte (14) das 26 atividades investigadas pela PIM (Pesquisa Industrial Mensal) apresentaram queda na produção.
Já no acumulado do primeiro semestre, a produção teve expansão de 12,9%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (03) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
E Eu Com Isso?
As notícias fiscais devem provocar oscilações nas ações no curto prazo, devido à incerteza fiscal provocada pela indefinição com os precatórios.
No entanto, esse é um efeito pontual sobre os papéis, devido à perspectiva com os bons resultados.
As notícias são negativas para a Bolsa no curto prazo.
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