A Minerva (BEEF3) apresentou nesta quinta-feira (25), após o fechamento dos mercados, o seu resultado do 4T20. Os números vieram acima do esperado em termos de receita líquida e Ebitda enquanto a geração de Caixa ficou um pouco abaixo do esperado.
Os principais pontos positivos foram: i) Receita líquida de 5,7 bilhões de reais, acima das expectativas; ii) Ebitda de 616,9 milhões de reais, com margem de 10,8 por cento; iii) Anúncio de pagamento de dividendo de 0,73 reais por ação (retorno em dividendos de 7,7 por cento);
Os destaques negativos foram: i) o desempenho da divisão Brasil, com taxa de utilização das unidades de abate abaixo da linha dos 70 por cento e desempenho pior no relativo à Athena Foods (América Latina) e ii) seu resultado financeiro, abaixo do esperado devido à linha de derivativos, que acabou impactando negativamente a margem líquida do trimestre.
A receita trimestral foi 17,3 por cento maior que no mesmo período do último ano, enquanto o Ebitda, métrica utilizada para avaliar o potencial de geração de caixa operacional da companhia apresentou crescimento de 2,2 por cento.
O lucro líquido foi de 114,1 milhões de reais, uma diminuição de 53,2 por cento em relação ao mesmo trimestre de 2019, no ano fechado o lucro da companhia atingiu a cifra de 697,1 milhões (16,2 milhões em 2019), aumento de 4 mil por cento.
Por fim, a companhia gerou 32 milhões de reais em caixa livre ao acionista neste trimestre. Foi o décimo segundo exercício trimestral seguido de geração de caixa positiva. Com isso, a relação dívida líquida/Ebitda encerrou o trimestre em 2,4 vezes.
E Eu Com Isso?
O resultado da Minerva foi bom e um pouco acima das expectativas. Assim, esperamos impacto positivo no preço das ações (BEEF3) no curto prazo.
Diferente dos últimos trimestres, foi o mercado interno, tanto da Athena como da Minerva, que foi o destaque do resultado, pois as festas de fim de ano foram responsáveis por ótimos resultados nas duas operações.
O mercado interno teve crescimento de receita apesar da ligeira redução no volume de vendas, isso aconteceu pela alta forte no preço médio de venda. Traduzindo em números, a Minerva (Unidade Brasil) teve crescimento de receita interna de 48 por cento contra o mesmo trimestre de 2019 e 31,1 por cento contra o trimestre anterior, isso graças ao aumento do preço médio de 52,5 por cento e 28,4 por cento respectivamente.
O mercado externo continua sendo a principal fonte de receita da companhia, equivalente a 65 por cento da receita do consolidado (Minerva e Athena).
A forte participação do mercado interno foi responsável pela queda na geração de Caixa da companhia, isso porque, nas transações realizadas com clientes internacionais a Minerva costuma receber adiantamento de seus clientes, diminuindo sua necessidade de caixa, ao contrário do que acontece com as relações no mercado interno, quando a Minerva fornece prazo de pagamento maior para seus clientes e/ou aceita receber o dinheiro após a entrega dos seus produtos.
Conforme esperávamos, a relação Dívida Líquida/Ebitda veio na casa das 2,4 vezes, abaixo das 2,5 vezes, patamar que a habilita pagar dividendos aos seus acionistas.
Neste trimestre serão pagos 0,73 reais por ação BEEF3, o que equivale a um retorno em dividendos de 7,7 por cento. A aprovação tem que ser validada por Assembleia Geral Ordinária ainda.
Os catalisadores das ações da Minerva são: o aumento na taxa de utilização na divisão Brasil, a manutenção da geração de caixa e da margem Ebitda em patamares elevados, a continuidade de abertura de novos mercados para exportação e o pagamento de dividendos (quem diria).