Por muitos anos considerado o partido-pivô da política brasileira, atualmente o MDB divide seu protagonismo e base de apoio com outros diversos partidos que compõem o Centrão.
O partido deixou de ser determinante para que um governo tivesse maioria no Congresso, à medida que a fragmentação partidária aumentou nesses últimos 20 anos e outras forças políticas surgiram.
Nesse contexto, em 2021, o MDB é um partido que comporta majoritariamente deputados e senadores de centro, alguns lulistas e, também, alguns bolsonaristas.
Naturalmente, de olho nas eleições de 2022, a sigla começou a discutir internamente qual será seu posicionamento diante de um cenário polarizado entre o atual presidente e o ex-presidente, agora elegível.
O presidente nacional do partido, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), lidera um movimento para lançar uma candidatura própria à sucessão presidencial.
Não há, ainda, nomes na mesa, mas a ideia é atrair alguém com relevância em Brasília a partir de um projeto de desenvolvimento – o “Ponto de equilíbrio” – que será lançado pelo próprio MDB ainda este ano.
Fazendo jus ao nome do projeto, tudo indica que a tradicional legenda da política brasileira disputará o “vácuo” criado no centro político, na tentativa de fazer frente às outras duas grandes candidaturas de 2022.
Há, contudo, um problema de pulverização: o PDT, o PSDB, o DEM e o Novo já oficializaram ou uma pré-candidatura ou, ao menos, a intenção de entrar na corrida presidencial do ano que vem.
E Eu Com Isso?
Mais uma sigla sinaliza que gostaria de encabeçar a terceira via para as eleições de 2022. Na prática, isso deixa ainda mais difícil a possibilidade de um segundo turno sem Lula ou Bolsonaro – dois candidatos com sólida base eleitoral.
O grande paradoxo da terceira via consiste em, justamente, unificar todas as forças do centro político dentro de apenas uma candidatura.
Por um lado, isso viabilizaria uma concentração maior de votos, mas, por outro, a tendência é de espólio para candidaturas de Lula e Bolsonaro, uma vez que o centro político não é uma massa homogênea, mas sim um grupo de candidatos de diferentes posições no espectro político e cujas propostas buscam uma alternativa ao lulismo e bolsonarismo.
Para os mais atentos às eleições de 2022, é sempre interessante acompanhar os movimentos de partidos em busca de pré-candidaturas – afinal, nem todas as intenções de concorrer à presidência resistem até ao pleito. Por enquanto, porém, o mercado ainda não tem colocado as eleições no radar. Fique atento aos novos desdobramentos.
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