Como comentado no E Eu Com Isso do dia 19/10/21, a holding Lojas Americanas (LAME4/LAME3) e a Americanas SA (AMER3) estão propondo a unificação de suas classes de ações, o que tornará a companhia uma corporation, isto é, companhia com capital pulverizado e sem controle definido.
Em Fato Relevante divulgado na manhã desta quarta-feira (03), a companhia deu mais detalhes sobre a operação.
Atualmente, o grupo controlador possui 53,2% da Americanas SA, de forma direta e indireta (por meio da holding), e, após a operação, passarão a deter diretamente 29,2% da companhia, enquanto os outros 70,8% serão o free float.
Para evitar que um novo acionista tenha uma participação maior que os controladores, a companhia contará com um poison pill de 15%, mecanismo que protege a companhia de uma aquisição hostil.
A razão de troca será de 0,1860 ação AMER3 para cada ação LAME4/LAME3. Essa proporção ainda será ajustada na data da incorporação para considerar as ações adicionais que a holding venha a adquirir da Americanas com seu saldo residual de caixa.
Ademais, a proposta ainda será avaliada no dia 10/12/21 em uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária) pelos acionistas minoritários. Mais detalhes da operação serão divulgados em conference call na tarde desta quarta-feira.
E Eu Com Isso?
Vemos a união das bases acionárias das companhias como positiva, deixando sua estrutura mais simples, com melhor governança e com maior liquidez.
Por ser uma holding, as ações da Lojas Americanas (LAME4/LAME3) negociam com um desconto, o famoso desconto de manutenção ou desconto de holding. Dessa forma, com a combinação, o desconto deixa de existir.
Esperamos uma reação positiva nas ações AMER3, LAME4, LAME3 no curto prazo.
Após a conclusão da operação, a companhia ainda pretende listar suas ações nos Estados Unidos, criando a Americanas Inc, algo que também vemos como positivo, possibilitando à companhia uma maior visibilidade em suas ações e a levantar capital no exterior, que normalmente possui custos menores.
Caso essa migração se concretize, os acionistas brasileiros poderão escolher entre receber BDRs ou permanecer com as ações listadas nos EUA.
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