Na manhã desta quinta-feira (07), a Light (LIGT3) comunicou ao mercado a aprovação de uma nova oferta pública primária e secundária de 137,2 milhões de ações. Considerando os preços de fechamento desta quarta-feira (06), o valor total ficaria em torno de 3,2 bilhões de reais.
Metade desta nova oferta será secundária, isto é, de ações já existentes e terão como intuito dar uma saída à participação de cerca de 22,5 por cento que a Cemig (CMIG4) possui na Light.
A venda da participação acionária da Cemig tornará a Light uma empresa com capital pulverizado na bolsa, uma novidade em seus mais de 115 anos de história alternando entre o controle estatal e privado.
Os três principais acionistas da companhia, sem considerar a Cemig, são Ronaldo Cezar Coelho, Carlos Alberto Sicupira e o fundo Atmos Capital possuem 20, 10 e 5 por cento, respectivamente.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para os acionistas da Light e da Cemig, com impacto positivo no preço das ações (LIGT3 e CMIG4) no curto prazo. O reforço no caixa da Light vai ajudar a diminuir o elevado nível de endividamento, com relação dívida líquida/Ebitda de 6,7 vezes, e ajudar no processo de turnaround da companhia, com desafios de reduzir perdas operacionais e inadimplência no Rio de Janeiro. Para a Cemig, os recursos entrarão no caixa da companhia e reduzirão o endividamento. No 3T20 a relação dívida líquida/Ebitda da empresa era de 2,33 vezes.
A Light está numa fase de turnaround sob nova administração, com executivos que vieram da Equatorial, com Firmino Sampaio na presidência do Conselho de Administração e Raimundo Nonato de Castro como CEO.
A oferta também chega em um momento em que o setor privado parece ter renovado seu interesse pelo setor. No último leilão, realizado no fim do ano passado, houve ofertas com 70 por cento de deságio.
Para os próximos leilões, estimamos que o cenário deva se repetir, sugerindo que as oportunidades de crescimento para empresas de transmissão de energia como CTEEP, TAESA e Alupar serão limitadas. Ao mesmo tempo, o cenário valoriza os projetos rentáveis que essas companhias conquistaram em leilões de anos anteriores à medida que a concorrência reduz a TIR exigida para operação de linhas de transmissão.
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