Em entrevista à imprensa, o CEO Global da companhia, Gilberto Tomazoni, afirmou que a empresa busca uma meta ambiciosa de ter dez marcas bilionárias em um período de cinco anos, dentro do conglomerado da JBS.
A afirmação vem em um cenário onde a companhia está investindo cada vez mais em produtos processados e de maior valor agregado, ampliando a linha de produtos para além do frigorífico puro, ainda o carro chefe da companhia.
O movimento se evidencia com a criação de um novo cargo na empresa, o de CMO (Chief Marketing Officer), o diretor de marketing, trazendo o publicitário Sérgio Valente, ex-Globo, para o posto. Além disso, a companhia vem trazendo executivos de renome da PepsiCo e Kraft Heinz para impulsionar esse movimento, em divisões da JBS Global.
A ideia é que em cinco anos a JBS possua 10 marcas com faturamento anual acima de 1 bilhão de dólares, o que daria um total de 10 bilhões de dólares que, em cotações atuais do câmbio, equivalentes a cerca de 25 por cento da receita total da companhia.
E Eu Com Isso?
Enxergamos um impacto positivo nas ações da JBS no médio e longo prazo, de modo que o mercado pode reprecificar os múltiplos da companhia ao longo do tempo, enxergando-a como um fornecedor de alimentos completos ao invés de um frigorífico de alcance global.
Desde a chegada de Tomazoni (ex-Sadia) em 2012 para comandar o segmento de processados no Brasil, a Seara, principal marca do segmento da JBS no mercado doméstico, triplicou de tamanho e a ideia é replicar o sucesso da marca em outras regiões e segmento de produtos em todo o globo. A JBS comprou marcas importantes na Austrália e Reino Unido, além de investimentos em novos segmentos de produtos e nas linhas de produção na Swift (EUA e Brasil), por exemplo.
O movimento representa um importante passo para melhora de margens, em um mercado cada vez mais acirrado e pressão de custos, ao olharmos para o frigorífico puro, onde a escala faz total diferença, porém as margens são ditadas por movimentos que a própria empresa tem dificuldade em controlar.
O foco no investimento no segmento de processados permitirá maior leque em seu portfólio de produtos, além de agregar maiores margens, pelo aproveitamento mais otimizado das matérias primas (carnes, temperos, produtos agrícolas) e potencial de crescimento mais forte que a venda de peças de carnes.