IRB Brasil: Warren Buffett e saída do presidente do Conselho
Após chegarem a acumular queda de 30 por cento em 2020, as ações do IRB (IRBR3) tiveram alta de 6,7 por cento nesta quinta-feira (27) ante queda de 2,6 por cento do Ibovespa. A alta se deu com os investidores reagindo a uma notícia do jornal O Estado de S. Paulo de que a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, teria triplicado sua posição na resseguradora brasileira.
De acordo com a publicação, as compras teriam ocorrido entre os dias 6 e 18 de fevereiro, após as ações da companhia brasileira terem caído forte por conta de duas cartas publicadas pela gestora Squadra questionando as práticas contábeis realizadas pela resseguradora.
Ainda ontem, foi veiculada na imprensa a notícia de que o presidente do Conselho de Administração do IRB, Ivan Monteiro, teria pedido demissão do cargo no último dia 20, um dia após a teleconferência de resultados da empresa. Monteiro estaria “desconfortável” com a administração da companhia.
Apesar da empresa ter divulgado um fato relevante na noite de ontem negando a renúncia do presidente do Conselho de Administração, a notícia teria sido confirmada por fontes próximas.
O aumento de participação da Berkshire Hathaway ainda não foi oficialmente confirmado, mas é bem provável diante do interesse já publicamente revelado por Buffett no IRB. Por outro lado, a possível demissão do presidente do conselho evidencia a situação conturbada pela qual a empresa passa atualmente, com impacto negativo no preço das ações no curto prazo se a renúncia for confirmada.
A forte queda das ações em 2020 após as cartas da Squadra pode ter significado uma oportunidade de entrada para quem ainda permanece confiante na empresa. No entanto, entendemos que IRB manterá a alta volatilidade no curto prazo diante da maior incerteza sobre a veracidade de seus números contábeis e da menor previsibilidade dos lucros no futuro.
Sobre a possível demissão de Ivan Monteiro, é importante lembrar que a divulgação do fato relevante por parte da empresa não enterra de vez o assunto.
A possível troca da presidência do Conselho e o ainda não confirmado aumento de posição de Buffett podem marcar o início de uma nova fase do IRB. Porém, nesse momento, o horizonte continua nublado e vemos o case com um risco acima do habitual.
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