O mercado americano não funciona nesta sexta-feira devido à antecipação do feriado do 4 de julho, dia da Independência nos Estados Unidos. Também não há indicadores importantes a serem divulgados, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Com Wall Street inoperante e sem números relevantes da economia, a Bolsa por aqui deve operar em ritmo de negócios reduzidos, o que poderá amplificar as oscilações nos preços dos ativos no curto prazo. Porém, apesar da volatilidade potencial nos preços no curtíssimo prazo, o cenário em geral para o mercado é positivo.
Até agora, o início do segundo semestre vem mostrando uma virada de página em relação ao pessimismo dos últimos meses. O panorama econômico está mais claro. Assim como a pandemia do coronavírus pegou todos os investidores de surpresa e mandou os preços dos ativos para o fundo do poço, a retomada da economia, especialmente no Brasil, vem surpreendendo por sua antecipação.
No pior momento da pandemia, os prognósticos eram de que as coisas só voltariam ao normal no fim deste ano, ou mesmo em 2021. Agora, os indicadores antecedentes divulgados nos últimos dias exibem uma pujança dos números melhor do que o previsto. Um bom exemplo foi a criação de empregos em junho, anunciada ontem nos Estados Unidos. No mês passado foram abertas 4,8 milhões de vagas, mais de 50 por cento acima do prognóstico de 3 milhões. No Brasil, a Produção Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou um crescimento de 7 por cento em maio ante abril. Em termos gerais, os indicadores da produção industrial ainda estão abaixo dos picos do ano passado. No entanto, a tendência ainda é de alta. E nesta sexta-feira, o índice dos Gerentes de Compras (PMI) da Zona do Euro indicou 48,5 em junho, acima do esperado, o que mostra uma recuperação da economia europeia.
Os riscos acabaram e não há mais problemas à frente? Longe disso. Ainda há incertezas no comportamento da pandemia, que podem afetar a retomada. Não se descarta a hipótese de que um recrudescimento no número de contaminações possa obrigar as autoridades a reforçar as medidas de isolamento social, comprometendo o religamento das máquinas econômicas. O comportamento do vírus é imprevisível, e o processo de desenvolvimento de vacinas não é algo linear. A pesquisa científica tem, estruturalmente, atrasos, falhas e retrocessos, e todos eles podem provocar turbulência nos preços dos ativos. No entanto, os prognósticos para o médio e longo prazo são positivos.
O panorama de médio e de longo prazo para o mercado é positivo. No entanto, apesar de alguns dados econômicos positivos, as Bolsas da Europa operam em queda com temor de segunda onda do coronavirus.
Mesmo com o feriado, os índices futuros dos EUA funcionam normalmente e estão em queda, com a preocupação dos mercados com o aumento dos casos de Covid-19. Os EUA reportaram ontem 55 mil casos de coronavírus, sendo 10 mil casos só no estado da Flórida.
Os preços do petróleo também estão em baixa. Neste cenário, e com liquidez reduzida por aqui, o dia será negativo para os ativos locais.
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